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Volta dos russos ao Mundial de Atletismo Paralímpico deve ter impacto no Brasil

A Rússia está de volta ao Mundial de Atletismo Paralímpico após cumprir suspensão por envolvimento em um esquema de doping para os seus competidores. Após ficar fora da Paralimpíada do Rio-2016 e do Mundial de Londres-2017, o país chega a Dubai com a maior delegação e disposta a ficar no topo do ranking de medalhas.

No total, são 75 russos a brigar pelo pódio na competição que começa nesta quinta-feira e vai até o próximo dia 15. Os chineses, principal potência paralímpica, possuem dois atletas a menos, 73. “Somos um país muito grande, por isso temos a delegação grande”, minimizou Sergei Shalov, técnico de cadeira de rodas, em entrevista ao Estado. “Estamos animados com esse retorno. Como sempre queremos brigar para estar entre os primeiros”, comentou também Oleg Kostyuchenko, treinador de lançamento de dardo.

O retorno da Rússia pode impactar diretamente no desempenho brasileiro na competição. A delegação nacional conta com 43 atletas e tem como meta terminar entre os sete melhores países no ranking de medalhas. Para Jonas Freire, diretor-técnico do Brasil, as classes de paralisados cerebrais são as que mais devem sofrer o impacto da volta dos russos.

“Eles são uma potência, sempre foram. Eles tem excelentes atletas, diversos campeões do mundo. Mas nossos atletas estão muito bem treinados e têm condições de superá-los. Nas provas classe 30 (paralisados cerebrais) eles são muito forte”, comentou.

O Brasil conta com oito atletas na categoria de paralisados cerebrais. Freire, no entanto, evitou dar muitos prognósticos pois também não sabe como foi o processo de reformulação do adversário. “Podem ter atletas novos que surgiram e a gente não conhece”, comentou. A Rússia voltou a se tornar elegível para o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) em março.

O país do leste europeu esteve suspenso dos Jogos Paralímpicos do Rio-2016 e dos Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang-2018. Neste último, alguns atletas russos tiveram autorização para competir sob uma bandeira neutra. Para retornar, o Comitê Paralímpico da Rússia precisou aceitar a integração à agência antidoping e adotar uma série de medidas para combater o uso de substâncias proibidas nos atletas. O IPC também informou que monitorará a Rússia até dezembro de 2022, podendo retomar a suspensão em caso de descumprimento das ordens. No total, foram 30 meses de afastamento das competições.

O retorno em uma grande competição esportiva aconteceu no Mundial de Natação Paralímpico, disputado em setembro, em Londres. Nele também a Rússia contou com a maior delegação e terminou em terceiro lugar no quadro de medalhas, com 54 pódios no total, sendo 18 ouros. O Brasil foi o 11º colocado com 17 medalhas no total, sendo cinco ouros.

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