Volta de Ivan deixa Atlético completo para pegar a Ponte

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Depois de cumprir suspensão
automática, Ivan volta.

Polêmicas à parte, a declaração do técnico Levir Culpi de que o Atlético estaria no "piloto automático", tão grande a sintonia do grupo, caberá ainda melhor para a partida de domingo, contra a Ponte Preta. A intenção do treinador – apesar das distorções da turma do Santos – foi explicar que as "engrenagens" estavam encaixadas. E nada melhor do que um time completo para a máquina funcionar.

Foram poucas as rodadas em que o Rubro-Negro pôde jogar completo como jogará contra a Macaca. Com o atacante Dagoberto já sendo considerado carta fora do baralho, o Furacão vai com força total para Campinas. "É força máxima mesmo, ainda mais agora que o entrosamento do ataque está afinado", diz Levir, referindo-se à evolução de Denis Marques.

O meia Jádson, tão cobrado nos jogos em que o Atlético perdeu, também parece ter reencontrado a sintonia ideal com o grupo. "Como estava sofrendo muita marcação individual, acabei sofrendo. Mas com treinamentos específicos com marcação cerrada, estou pegando as manhas para sair dela", diz o jogador. O segredo é uma maior movimentação pelo campo, facilitada também pelo entrosamento com Denis Marques. "Estamos cada vez mais afinados, dentro e fora de campo. Isso é muito bacana, porque desperta o espírito de grupo".

Se no ataque a sintonia está próxima à perfeição, atrás a coisa não é diferente. O zagueiro Marcão comemora a manutenção do mesmo sistema defensivo e diz que nunca se sentiu tão confortável. "Estou muito feliz jogando na zaga, no 3-5-2 e com a turma toda. Jogar completo é ótimo, pois entrosamento conta muito, não é papo furado", diz. Como exemplo, Marcão cita a seleção brasileira, que é formada por jogadores excepcionais e ainda assim, às vezes, fica devendo um futebol bonito e eficiente. "Há vezes em que eles treinam apenas uma vez antes do jogo. Isso é terrível. E também uma prova que mesmo que os substitutos do nosso time tenham muita qualidade, a falta de entrosamento e ritmo pesa um pouco."

No último jogo, por exemplo, o time ficou devendo um pouco pela ausência de Ivan, com quem Marcão está mais acostumado a jogar. "É aquela questão de nem precisar olhar para lançar a bola. Temos jogadas ensaiadas, que tem tudo a ver com ritmo e entrosamento." Por isso tudo, com o time completo, a expectativa é que o Furacão jogue por música no domingo.

Lateral promete empenho contra o time de infância

Em time que está ganhando não se mexe. E para o técnico Levir Culpi, em filosofia de treino menos ainda. Como de costume, o treinador comandou ontem um treino secreto, longe dos olhos da imprensa. Mas, como diz o ditado da bola, a equipe que entra em campo contra a Ponte Preta, no domingo, às 16h, no Moisés Lucarelli, não fugirá daquela considerada ideal. Com todos atletas à disposição, a grande novidade no time será o lateral-esquerdo Ivan.

Suspenso na última rodada, o jogador viu a equipe se ressentir de jogadas mais agudas pelo setor esquerdo, justamente em função da ausência de ritmo de seu reserva imediato, Ronildo. Em ótima fase, Ivan finalmente está apagando a "sombra" de Fabiano, que durante muito tempo teve que agüentar. "Não é fácil se firmar em um time como o Atlético, mas estou conseguindo com muita dedicação", diz o jogador, que muito antes do reconhecimento da torcida, ganhou o reconhecimento de outro treinador que passou pelo Atlético: Geninho. Ainda quando comandava o time titular, o ex-treinador garantiu que Ivan era tão bom quanto Fabiano. A prova veio agora, na eficiência no apoio ao ataque.

Depois de ficar de fora por suspensão, Ivan volta justamente contra o time pelo qual torcia quando criança. Nascido em Campinas, ele cresceu freqüentando o Moisés Lucarelli, primeiro como torcedor, depois como atleta. "Comecei a jogar nas categorias de base do clube. Fiquei lá até o juvenil e conheço cada detalhe do estádio. É muito bom estar de volta justamente nesse jogo." Macaco velho, com o perdão da brincadeira, o lateral sabe do sufoco que vai enfrentar com a torcida alvinegra, vibrante e apaixonada. "É uma torcida fervorosa, parecida com a nossa. Mas talvez pelo fato do time não ter maiores pretensões no campeonato, a casa não fique lotada. De qualquer forma, teremos pressão."

Apesar do ditado popular falar que "paixão antiga sempre mexe com a gente", Ivan garante que hoje seu coração é rubro-negro e que a família e os amigos em Campinas também se converteram. "Certamente, a galera vai torcer por mim e consequentemente pelo Atlético." Uma fezinha a mais, nunca é demais.

Washington perto de outro recorde

Na briga pelo título brasileiro, há uma disputa paralela, protagonizada pelo atacante Washington. Com 30 gols computados no Nacional, ele precisa de apenas mais um para chegar ao recorde de Dimba, que no ano passado marcou 31 gols vestindo a camisa do Goiás.

O recorde pode ser batido, caso ele marque dois, curiosamente contra a Ponte Preta, onde Washington teve momentos marcantes. Em 2000, ele foi vice-artilheiro do Brasileirão e a boa média de gols acabou rendendo a ele a primeira convocação para a seleção brasileira, à época comandada pelo técnico Emerson Leão. "Aquele ano foi muito bom. Só fiquei com gana do Romário, já que eu estava na frente dele até a última rodada e o São Paulo abriu as pernas para o Vasco", diz em tom de brincadeira. Ele e Romário estavam empatados com 18 gols e Romário marcou 3 na última partida.

"Minha vida tem muitas coincidência. Voltei a jogar futebol justamente contra o Paraná Clube, onde tive grandes momentos. Agora, posso ter mais uma conquista contra outro time importante na minha carreira."

Apesar da vice-artilharia ter sido importante para a convocação e para a assinatura do contrato com o Fenerbahçe, que rendeu a ele bons dividentos, ele jura de pés juntos que a artilharia é um detalhe. "Está acontecendo naturalmente. Mas o objetivo é conquistar o título. Marcar gols é consequência dessa busca", diz.

O fato de poder quebrar o recorde justamente contra a Macaca, no Estádio Moisés Lucarelli, não o deixa em situação desconfortável. Pelo contrário, ele espera que leve a mesma sorte que sempre levou em Campinas. "Tenho um carinho enorme pela Ponte, mas hoje sou atleticano. Sempre fui iluminado no Moisés Lucarelli e espero ser de novo."

Se depender da confiança da galera, o recorde será mesmo batido em Campinas. O site furacao.com está com uma pesquisa no ar na qual 51,2% da galera bota fé na quebra do recorde no próximo domingo. "Essa confiança da torcida é ótima. Será muito legal se eu marcar, mas uma vitória, mesmo que eu não faça, já está valendo."

A se confirmar a conquista da artilharia, ele quebrará mais uma marca. No paranaense, mesmo jogando pouco, ele bateu Tainha, que tinha 11. Também já bateu o recorde de Kléber e Alex Mineiro, que em brasileiros marcaram 17 gols cada. Na Arena, com 23 gols, ele já é o quinto jogador que mais balançou as redes, passando o meia Adriano, que tem 22. Mas ainda falta muito para bater Kléber, que só no Joaquim Américo marcou 67.

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