Vôlei do Brasil busca o único título que lhe falta

Buenos Aires

  – Sabor de revanche. E não poderia ser diferente. Após perder para a Rússia na final da Liga Mundial, disputada agosto em Belo Horizonte, os jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei vão enfrentar o mesmo adversário na decisão do Campeonato Mundial, hoje, às 18h30 (de Brasília), em Buenos Aires, na Argentina. “A derrota está entalada na garganta e por isso a motivação, que não é pouca, será redobrada”, garante o capitão Nalbert, lembrando que o Brasil busca um título inédito para a modalidade.

Quando garantiram vaga na decisão do Mundial, os brasileiros não sabiam contra que seleção iriam jogar. Apesar dos russos serem tecnicamente e fisicamente superiores aos franceses, os jogadores do Brasil não ficaram nem um pouco chateados com o difícil confronto que vem pela frente. “É a terceira final desse torneio. Primeiro foi com a Itália, depois contra a Iugoslávia…”, afirmou o levantador Maurício.

A vontade de derrotar o carrasco da Liga Mundial pode ser um aliado na tentativa de fazer história, e sagrar-se campeão mundial. Os brasileiros estão gostando sim desta coincidência logo após dois meses. “Quem sabe poderemos vingar a derrota da Liga e a da final de 1982, quando o Brasil perdeu o Mundial para a União Soviética”, comentou Gustavo, que gosta de sentir-se provacado. “Sonhávamos com uma final contra a Rússia.”

Além disso, o técnico Bernardinho acredita que enfrentar o mesmo adversário duas vezes em uma mesma competição é bastante complicado. Foi assim com a Rússia na Liga Mundial. O Brasil havia vencido o rival com certa facilidade em etapa anterior e jogou mal na decisão. No Mundial, o Brasil derrotou a França por 3 a 0, em Santa Fé, mas ainda não tinha cruzado com a Rússia.

Giba tem opinião diferente dos companheiros: “Vivemos de momentos. A Liga teve o seu momento e no Mundial estamos vivendo outro diferente. Não vejo essa partida como uma possível vingança. Vejo que estamos com o astral lá em cima, com um objetivo definido: o título.”

O Brasil chega à decisão do Mundial com campanha incontestável. Venceu a Iugoslávia (3 a 1) na semifinal, a Itália (3 a 2), nas quartas-de-final, além da França, Holanda (3 a 0) e República Checa (3 a 0). Caiu diante dos norte-americanos que, ao lado dos cubanos, foram as decepções do torneio. Os Estados Unidos não passaram da segunda fase e os cubanos, caíram logo no início da competição.

Já os russos repetem a campanha esquisita da Liga Mundial. Começaram o torneio com apresentações duvidosas e quase foram eliminados. Na primeira fase, a Rússia perdeu duas das três partidas (para Bulgária e França) e se classificou como um dos melhores terceiros colocados. Na segunda etapa, cedeu dois sets para Espanha e outros dois para a Polônia nas vitórias por 3 a 2.

Nas quartas-de-final, superou a Grécia por 3 a 0. Os russos têm um time alto, com média de 2,01 metros, a maior da competição. A média do Brasil é de 1,94 metro. Além do título da Liga Mundial (até então, inédito), a Rússia ficou com a medalha de prata em Sydney/2000.

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