Vôlei: Brasil está pronto para a final

Maurício, Ricardinho, Giba, Nalbert, André, Giovane, Andreson, Dante, Gustavo, Henrique, Rodrigão e Escadinha. São esses os jogadores que sob comando do técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho, colocaram o Brasil novamente em uma final de Campeonato Mundial. E após vitória contundente contra a Iugoslávia, por 3 a 1 (26/24, 22/25, 27/25 e 25/23), na noite de quinta-feira, em Córdoba, na Argentina. Demorou 20 anos. 

Em 1982, William, Renan, Montanaro e cia, orientados pelo treinador Bebeto de Freitas, foram vice-campeões após derrota para a então União Soviética, também na Argentina. A disputa pelo título inédito para os brasileiros será neste domingo, no Luna Park, local onde Bernardinho, como levantador reserva, recebeu a medalha de prata.

A escalada rumo à final contém vitórias contra seleções fortes como Itália, França, Holanda e a perigosa República Checa e uma derrota para os Estados Unidos, ainda na primeira etapa. De acordo com o meio-de-rede Gustavo, o resultado negativo, fez com que a seleção ?acordasse?. Desde então, cresceu a cada partida, assim como candidato favorito em pesquisas eleitorais.

Mais do que isso: o Brasil mostra que tem 12 jogadores que podem atuar em um mesmo nível técnico. Contra a Iugoslávia, do técnico Veselin Vukovic – não mexe no time de jeito nenhum. Colocou Vladi Grbic no quarto set contra o Brasil para tentar o tudo ou nada – Anderson e Ricardinho entraram na primeira parcial e permaneceram até a vitória.

Foram decisivos, assim como Bernardinho, que manteve os reservas em quadra, deixando o levantador Maurício e o atacante André, os melhores nas estatísticas da competição em seus fundamentos, no banco. ?No primeiro ano de seleção meu coração tremia quando o Bernardo me chamava para entrar. Agora já acostumei. Estava pronto para jogar. Era a minha vez, o meu dia?, declarou o atacante Anderson, soberbo na semifinal marcou 19 pontos. Apesar dos 28 anos, é o ?novato? da seleção – chegou no ano passado.

Ricardinho, também decisivo na partida, comentou que ficar no banco é muito difícil. ?Ter de entrar e resolver o problema é bem complicado. Se erramos, somos massacrados. Mas quando acertamos, viramos heróis?, afirmou o levantador, eterno reserva de Maurício.

?Geralmente minha contribuição no jogo é de 10%. Desta vez foi de 90%. Quem sabe agora as pessoas possam me dar o devido valor.?  

Após a eletrizante partida, os jogadores mal conseguiam dormir – Giba conta que em competições importantes fica na cama cerca de 4 horas. Isso sem contar o técnico Bernardinho, que praticamente não dorme. Os atletas, com largos sorrisos nos rostos, circularam pelo hall do hotel até tarde. Tiraram centenas de fotos e distribuíram outros milhares de autógrafos. Nesta sexta-feira de manhã, viajaram para Buenos Aires.

DESTAQUES – Maurício e André dificilmente perderão os títulos de melhor levantador e atacante. O prêmio para os destaques em cada fundamento é de US$ 100 mil. O combinado entre eles é o seguinte: quem ganhar fica com a metade e a outra metade será dividida entre os jogadores. No saque, o argentino Milinkovic é o líder (também é o maior pontuador), mas Henrique (2º) e Gustavo (3º) podem utrapassá-lo – nesse ranking figuram também Giba (5º) e André (8º). Escadinha (3º na recepção e 5º na defesa) está no páreo.

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