Vítima de injúria racial e de xenofobia, de acordo com relato de Thiago Galhardo, ao fim do duelo entre Santos e Ceará, quinta-feira, na Vila Belmiro, o volante Fabinho se pronunciou sobre os incidentes. O jogador disse esperar que o responsável pelos atos seja identificado pelas autoridades, recebendo uma punição pelo seu comportamento. E pediu para os torcedores santistas ajudarem na procura.
“Espero que os órgãos responsáveis por esse tipo de atitude encontre esse cara e que ele arque com as consequências dos seus atos. Espero que o próprio torcedor santista ajude a identificar esse cara que com sua atitude não representou a torcida e o clube Santos FC onde seus maiores ídolos são negros”, escreveu Fabinho em texto publicado no seu perfil no Instagram.
Fabinho destacou estar acostumado a ser alvo de provocações de torcedores rivais quando atua como visitante, algo que considera normal e corriqueiro. Mas destacou ser inaceitável a injúria racial que ouviu na última quinta-feira na Vila Belmiro.
“Estou no futebol profissional há 14 anos, e já vivi diferentes circunstâncias que fazem parte do futebol. Todas as vezes que um time joga fora de casa é normal os torcedores dos times rivais nos provocarem, tentar nos intimidar, tirar nosso foco. Tudo isso é normal,embora alguns ainda passem do ponto. Mas ser xingado de ‘negão vagabundo. enfia o dedo no c… desse negão’ ,isso não é normal. Eu sou chamado de negão por amigos, mas com uma intenção totalmente diferente desse cara que se diz torcedor”, acrescentou.
Fabinho, assim como Thiago Galhardo havia relatado em entrevista na quinta-feira, também revelou que os jogadores do Ceará foram alvo de insultos xenofóbicos na Vila Belmiro.
“Sou marido de uma nordestina, sou pai de uma nordestina, tenho amigos nordestinos, represento dando a vida dentro de campo um dos maiores clubes do Nordeste e não aceito como normal uma atitude como essa com o povo guerreiro do Nordeste, inadmissível isso”, escreveu.
Também nesta sexta-feira, o Santos revelou que o presidente José Carlos Peres esteve em contato com Fabinho e também com Robinson de Castro, o presidente do Ceará, para repudiar o que classificou de “lamentável episódio”. Além disso, o clube abriu uma sindicância interna para apurar os fatos.