A desapropriação dos terrenos no entorno da Arena da Baixada estão em processo final de análise e fechamento dos valores a serem pagos. A expectativa é que até a próxima quarta-feira todos os moradores devem ter suas situações definidas em relação aos valores oferecidos pela Prefeitura de Curitiba. Ao todo são 14 terrenos e cerca de R$ 14 milhões que estão sendo investidos para que residências e comércios sejam desocupados e incluídos no patrimônio do Atlético, em nome da Copa do Mundo. Esses recursos que o município investirá nas desapropriações deverão ser ressarcidos pelo clube, com a cessão de áreas dentro do estádio para o uso de organismos públicos.

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Porém, nem todo mundo está satisfeito. Uma das grandes reclamações é em relação à desvalorização dos imóveis pela mudança na Lei de Zoneamento. As casas, que antes pertenciam à Zona Residencial 4 (ZR-4) passaram a fazer parte da Zona Especial Desportiva (ZE-D). Isso fez com que os valores dos imóveis caíssem até 40% em relação a um imóvel que fica em área residencial.

Segundo os moradores, a alteração na lei, promovida em 2006, teria sido articulada para que as indenizações tivessem seus valores diminuídos. “Essa lei acho que foi criada há quatro anos e desvalorizou os imóveis. Como eles calculam em cima desta zona esportiva, a perda é de 40% da área do terreno. Parece uma coisa premeditada, e quando vamos argumentar [valores] eles falam que ali é zona esportiva”, reclama Orlei Pacheco, morador da Rua Petit Carneiro.

Porém, o secretário especial da Copa do Mundo pela Prefeitura de Curitiba, Luiz de Carvalho, rebate as informações do morador, alegando que a lei de zoneamento que define as regiões desportivas é anterior ao projeto de Curitiba para sediar o Mundial. A cidade foi escolhida como sede em maio de 2009 e a lei é de 2006. “Essa lei é do primeiro mandato de Beto Richa como prefeito. É um projeto criado lá atrás para que os clubes pudessem melhorar suas praças, fazer investimentos. Nem imaginávamos que teríamos Copa em Curitiba”, explicou Luiz.  A legislação (veja quadro) também beneficiou Coritiba e Paraná Clube.

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De acordo com o secretário, a reclamação dos moradores e proprietários é normal em situações delicadas como esta da desapropriação, ainda mais pelo imaginário que se cria em relação à Copa do Mundo e os benefícios que ela pode trazer. “Ninguém vai sair satisfeito. Pelo que vislumbram na mídia, se cria uma situação em torno da Copa e a pessoa cria expectativas que vai ganhar com isso”, disse.

Ainda que muitos tenham reclamações e se mostrem insatisfeitos, o governo considera a situação tranquila e com o cronograma dentro do prazo. “Já começaram as desapropriações e está indo bem. Um ou outro ainda está avaliando, analisando a proposta”, contou Luiz. Segundo o secretário, os proprietários que não aprovaram a primeira proposta receberão uma contraproposta. A prefeitura espera que na próxima semana uma nova reunião finalize o assunto.

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Um olho no ACP, outro no Cianorte

O Atlético vai a campo contra o Paranavaí amanhã, às 16h, no Waldemiro Wagner, de olho também no confronto entre Arapongas e Cianorte, no estádio dos Pássaros, que acontece no mesmo horário. O Leão do Vale precisa tropeçar para que o Furacão fique com o título de campeão do primeiro turno e uma vaga na final do Campeonato Paranaense. Mas antes de torcer contra o Cianorte, o time precisa passar pelo penúltimo colocado da tabela.

Embora o Atlético dependa de outro resultado, o lateral Héracles nã,o quer atenção total no jogo do Cianorte. “Todos temos que ter um único pensamento, que é vencer. Depois veremos o que acontece nos outros jogos”, disse o lateral. Porém, ninguém nega a torcida extra pelo Arapongas, que pode parar o Cianorte e permitir que o Furacão fique com o título. Um empate no jogo que acontece em Arapongas já é suficiente para o Rubro-Negro, vencendo, ser o campeão amanhã.

Há quem queira ser informado o tempo todo do resultado do jogo do líder do Paranaense. “Temos que fazer o nosso papel antes. Não adianta ficar secando o Cianorte e não fazer nossa parte. Mas com certeza fica um pessoal ouvindo o jogo e perguntando para os repórteres ao redor, porque fica uma ansiedade muito grande”, explica o zagueiro Gustavo.