Axel reassume seu posto de capitão. |
Crer que o empate era um bom resultado talvez tenha sido o grande pecado do Paraná Clube em São Caetano do Sul. Lição assimilada, o tricolor parte agora para mais uma decisão, frente a um concorrente direto na luta contra o descenso. O time de Paulo Campos encara amanhã – às 17h, no Mangueirão – o Paysandu, em busca da reabilitação. Caso vença, continuará fora da zona de rebaixamento, mas se empatar ou perder, dependerá de tropeços de Botafogo e Atlético Mineiro para não voltar a figurar entre os quatro últimos do Brasileirão.
Em Belém do Pará desde a noite de quinta-feira, os jogadores asseguram que a derrota para o Azulão, no último minuto do jogo, já foi superada. “Perdemos para um time de muita qualidade e que briga pelo título”, comentou o volante Beto. No treino de ontem à tarde, no Estádio Evandro Almeida, o técnico Paulo Campos fez um trabalho de ataque contra defesa. Paralelamente a isso, os volantes realizaram um treino específico para aprimorar a retomada da posse de bola e o passe. Somente hoje o treinador arma o time, sem descartar a possibilidade de reforçar a marcação com três meias-de-contenção.
O deslize no ABC Paulista, porém, pode direcionar a esquematização da equipe com o perfil mais vezes utilizado. Ou seja, com três armadores e apenas um atacante. Neste caso, Canindé estaria voltando a condição de titular. Na última jornada, o meia ficou no banco, mas acabou entrando ainda no primeiro tempo – aos 27 minutos -, devido à contusão de Edinho. Vicente, que fora improvisado no meio-de-campo, voltou à posição de origem e já está confirmado na lateral-esquerda para enfrentar o Paysandu. Edinho foi vetado pelo departamento médico com uma lesão na coxa esquerda, retornou a Curitiba e já iniciou tratamento. A tendência é que volte ao time contra o Atlético Mineiro, no próximo sábado.
O setor defensivo terá ainda a volta de Fernando Lombardi, após cumprir suspensão. Outro que volta é o capitão Axel. Os dois seguiram quinta-feira para Belém, mas devido a contratempos em aeroportos fechados, chegaram no Pará na madrugada de ontem. A delegação tricolor, pelo mesmo motivo, só chegou à concentração por volta da meia-noite de quinta-feira. Por isso, o dia de ontem foi voltado à recuperação física dos atletas, que hoje fazem o último treino visando este jogo. O objetivo é somar ao menos um ponto, pois na seqüência o tricolor faz dois jogos em casa, onde poderia praticamente definir sua permanência na Série A.
Tricolor fica na torcida pela dupla Atletiba
O matemático Oswald de Souza afirma que o clube que chegar aos 52 pontos – desde que com um número mínimo de 13 vitórias – estará livre do rebaixamento. “Esta é a projeção atual, mas que não deve se alterar”, disse à Rádio Transamérica, ontem. Para o especialista, 53 é mesmo o “número mágico” para garantir permanência na primeira divisão. A vantagem do Paraná nesta reta final fica por conta do número de vitórias obtidas pelos paranaenses.
Caso vença mais dois jogos e empate outros dois, o Tricolor chegaria aos 52 pontos e com 14 vitórias. Neste caso, só seria superado pelos clubes que hoje estão na sua cola se Botafogo e Atlético Mineiro somassem dez pontos nas seis rodadas restantes. Ou seja: estes clubes teriam que vencer três jogos e conseguir mais um empate. Na rodada deste fim de semana, além de disputar um “jogo de seis pontos” em Belém, o Paraná também torce pelos rivais Coritiba e Atlético nos jogos contra Botafogo e Criciúma.
Outros dois jogos colocam frente a frente equipes que estão tentando escapar da degola: Atlético Mineiro x Flamengo e Guarani x Vitória. Para o Paraná, resultados de igualdade viriam a calhar. Como a tensão tende a aumentar com a proximidade do fim da competição, o Tricolor espera um jogo “delicado” amanhã.
Mesmo sabendo que a vitória é o resultado que interessa, o empate não pode ser desprezado. Porém, no caso de derrota, o representante paranaense deverá voltar à zona do rebaixamento e, para piorar, o Paysandu chegará aos 50 pontos e estará praticamente livre da degola.