Foi após uma derrota em Atletiba, no já longínquo ano de 1995, que o Atlético passou por uma verdadeira revolução capitaneada por Mario Celso Petraglia (revolução, essa, que transformou o clube no que ele é hoje). Em outros momentos uma vitória em embates contra o Coritiba determinou todo o rumo de uma caminhada do Furacão nos mais variados campeonatos. A vitória do último domingo, 2×0 no estádio Willie Davids, também terá seus desdobramentos, mas o resultado dessas mudanças será determinado pelo empenho e competência dos próprios jogadores atleticanos.
Outro bom exemplo de “virada” de destino proporcionada por um Atletiba foi o jogo do ano passado. Curiosamente também disputado na 7ª rodada, o jogo terminou com a vitória do rival. O 1×0 daquela ocasião reconduziu o Alviverde à liderança do Brasileirão e afundou o Furacão na zona do rebaixamento. A partir dali o clube renasceu, graças ao seu próprio esforço. Foram dez vitórias em 16 jogos, com cinco empates e apenas uma derrota. Os pontos acumulados por essa incrível sequência mudaram o status da equipe na competição e o resultado todos lembram bem: a classificação para a Libertadores.
O resultado do Atletiba deste ano foi diferente do computado em 2013, mas a arrancada pode ser igual. Pelo menos é o que acreditam jogadores, torcedores e comissão técnica. “É uma nova caminhada. Temos um time guerreiro, jovem e bem lapidado, que corre muito. Para segurar essa equipe é muito difícil. Tem que correr igual”, comentou o lateral-direito Sueliton. A grande aposta do Furacão 2014 é justamente na juventude e na velocidade, qualidades destacadas à exaustão pelo ex-treinador Miguel Ángel Portugal, e relembradas pelo novo comandante Leandro Ávila. “A equipe precisava da vitória para adquirir essa confiança. Se conseguirmos mais uma vitória, a tendência é embalar. Quando ganha, perde ou empata não se chega à estabilidade. Estamos no caminho certo”.
A confiança existe no campo de jogo, mas no campo da análise a vitória no Atletiba não gera tanta confiança numa nova história atleticana em 2014. Para o coordenador do G1 PR e GloboEsporte.com, Sérgio Tavares Filho, a vitória no clássico é importante, mas não é suficiente. “Um Atletiba esvaziado como esse, em pouco pode pesar psicologicamente dentro do grupo. O objetivo deve ser, sim, entrar na parada da Copa fora – e longe – da ZR”, afirmou.
O “buraco” é mais embaixo. É preciso ir além do que o desempenho em campo. “Após a saída de Miguel Portugal, os jogadores demonstram boa vontade e dedicação nas partidas. Mas só isso não basta. É preciso contratar no mínimo um zagueiro, um meia e um atacante”, disse Tavares.
