Vitória atleticana com dois gols de Washington

Foi mais um sofrimento, mas o Atlético mostrou porque é um dos candidatos ao título do campeonato paranaense de 2004. Com a estrela de Washington brilhando, o Rubro-Negro passou pelo Roma por 2 a 1, ontem, em Apucarana, e assumiu a liderança do grupo C da competição. O próximo compromisso será o Iraty, domingo que vem, na Arena. Para esta partida, o time do técnico Mário Sérgio não terá o meia Jádson e o ala-esquerdo Marcão, suspensos por cartão.

Como já era de se esperar, o Atlético não teve vida fácil no Bom Jesus da Lapa. Calor, campo ruim, pressão da torcida e arbitragem confusa não deixaram que o Atlético pudesse mostrar um melhor futebol. Fora isso, o Roma, considerado pela comissão técnica do time da Baixada o mais difícil dessa segunda fase. Embalado pela goleada sobre o Malutrom e com o artilheiro Tainha, foi o time de Apucarana que partiu para cima. O goleiro Diego teve que se desdobrar e acabou sentindo o joelho no duro e irregular gramado.

A resposta veio rápida com Fernandinho, chutando duas vezes e assustando o arqueiro Colombo, e Washington, que pôs uma bola na trave. A fome de gols do artilheiro era evidente e saiu de uma jogada característica do Rubro-Negro. O lateral-esquerdo Marcão cobrou um arremesso na área, a zaga se atrapalhou, Fernandinho ajeitou para o atacante, que só completou. Foi o sexto gol de Washington em cinco jogos com a camisa do Furacão.

Em desvantagem, o Roma foi para cima e passou a pressionar. Os meias Júlio e Valdo tentaram, mas a igualdade só chegou depois que Jádson cometeu pênalti em Tainha. O próprio artilheiro do Roma cobrou e deixou tudo igual no último lance do primeiro tempo. Jogadores e comissão técnica do Atlético foram para o vestiário reclamando. “Eu vou mexer se não alguém ganha o jogo para eles”, disparou Mário Sérgio na Rádio Eldorado.

Para o segundo tempo, saíram Alan Bahia (pouco produtivo) e Jádson (poupado para não ser expulso) e entraram o volante Vânderson (sua estréia no clube) e o ala-direito André Luís (deixando William na meia-cancha). As alterações não mudaram muito o panorama e a pressão do Roma continuou para cima do goleiro Diego. Nem adiantava reclamar. O lateral-esquerdo Marcão pediu pênalti, mas o árbitro nada marcou. Na sequência, o atacante Tainha resolveu ajudar e simulou uma penalidade. Como já tinha cartão, foi expulso.

Um jogador a mais não melhorou as coisas para o time de Mário Sérgio, que tentou uma novidade com Ivan na meia, no lugar de Ramalho. Logo em seguida, Marcão foi expulso e deixou tudo igual em termos numéricos. Por incrível que parece, as jogadas começaram a chegar mais no ataque e Washington voltou a ser o centro das atenções. Primeiro chegou perto do gol de Colombo cobrando falta, depois não teve jeito. Sofreu pênalti, cobrou, desempatou a partida e chegou ao sétimo gol no estadual.

O atacante Washington, do Atlético, entrou na partida de ontem contra o Roma consciente de que teria que se sacrificar um pouco em prol do time. Mesmo assim, mostrou porque é a principal estrela do campeonato paranaense de 2004. Em cinco partidas disputadas, ele já deixou a sua marca nas redes dos adversários sete vezes e aponta como terceiro goleador da competição, no encalço de Sousa (Adap, com 10) e Tainha (Roma, com 9).

“Eu tive que me sacrificar um pouco, ficar lá na frente isolado, mas o importante é que tudo deu certo. Nós não fizemos um jogo tecnicamente bom, mas que foi de muita garra”, disse à Rádio Eldorado o artilheiro do Rubro-Negro no estadual. Segundo ele, o time lutou muito para conseguir superar as adversidades, como o sol forte, o gramado ruim e a arbitragem confusa e chegar à liderança do grupo C. “O melhor de tudo foi o final feliz, onde nos dedicamos o máximo”, apontou.

Modesto, ele continua pensando mais no time do que na artilharia. “Claro que a gente visa primeiro o time, mas eu quero lutar pelo time, ser campeão e ajudar os meus companheiros”, diz. No entanto, se derem chance, ele vai dizer presente e fazer mais gols. “Como centroavante, tenho que pensar sempre em gols e, tendo a oportunidade, tem que estar ali para fazer”, completou.

O isolamento do artilheiro estava dentro do planejamento do técnico Mário Sérgio. Ele optou por jogadores com características de marcação após tomar conhecimento do adversário e saber do potencial do quarteto de frente do Roma (Dario, Júlio, Tainha e Joãozinho Paulista). “Eu abri mão daquilo que eu tinha feito em termos ofensivos até então, para colocar o time com mais marcação no meio”, explicou após a partida o treinador.

Ele admitiu que as mudanças efetuadas com a entrada de Ígor na zaga e as conseqüentes idas de Ramalho para o meio e Fernandinho para o ataque prejudicaram o rendimento da equipe. “Eu compliquei um pouco porque o meu passe sai ruim, mas, em compensação, tive uma marcação mais forte”, revelou.

CAMPEONATO BRASILEIRO