Santos (AE) – Mesmo sem jogar bem, o Santos ganhou da Inter de Limeira por 1 a 0, neste sábado, na Vila Belmiro, adiando a festa do título do São Paulo. Foi a estréia do técnico Gallo, contratado para substituir o demitido Oswaldo de Oliveira.
Agora, o Santos está com 31 pontos, ainda 10 atrás do líder São Paulo. E, faltando apenas 4 rodadas para o final do Campeonato Paulista, a disputa pelo título está praticamente encerrada. Já a Inter de Limeira segue cada vez mais na lanterna com 9 pontos, e bem perto do rebaixamento.
No primeiro tempo do jogo, o Santos mostrou que já mudou a atitude, correndo mais e disputando a bola com disposição, além de agrupar maior número de jogadores antes da linha do meio-de-campo, precavendo-se contra possíveis contra-ataques. Mas ficou devendo futebol.
Sem Ricardinho, faltou criatividade. E, com a ausência de Robinho, baixou muito a produção de jogadores como Basílio e Fábio Baiano, transformando o Santos num time não mais do que comum.
Para não ficar isolado na frente, sem receber a bola, Deivid teve que voltar para buscar jogo e o ataque perdia sua principal referência.
A Inter interpretou o papel que cabe a um lanterna: congestionou o meio-de-campo, dificultando a movimentação dos santistas no setor, e em nenhum momento liberou os laterais para tentar auxiliar Izaias e Tiago, que pareciam se assustar quando tinha a bola nos pés. Entre os 20 e 30 minutos, ficou com a bola mais tempo do que o Santos, mas não sabia o que fazer com ela.
Mesmo assim, se o Santos terminasse o primeiro tempo vencendo por 1 a 0 não seria injusto porque, mesmo sem mostrar um bom futebol, finalizou com mais perigo: aos 10 minutos, Tcheco chutou forte, de fora da área e a bola saiu rente à trave direita de Carlos Carioca; aos 11, Deivid entrou na diagonal pela direita e chutou forte, mas a bola furou a rede, só que do lado de fora para dentro: aos 13, Deivid arrancou pela esquerda e passou para Fábio Baiano arrematar forte, obrigando Carlos Carioca a uma difícil defesa; aos 31, Deivid recebeu passe na medida de Ávalos e só não fez o gol porque Carlos Carioca deu o bote certo, tirando a bola dos seus pés; e, aos 38, Bóvio acertou o travessão.
Flávio ficou no vestiário e Bóvio voltou para o segundo tempo como lateral-direito, entrando Beto, outro garoto do Santos B, para ser o segundo volante. É a renovação no Santos, com Halisson e Giba na defesa, Rogério, Beto e Cadu (substituiu Tcheco aos 12 minutos do primeiro tempo) no meio-de-campo.
O jogador mais brilhante e decisivo acabou sendo Deivid, que surgiu no Santos em 1999, numa peneira realizado por Pelé (então, supervisor dos amadores). No primeiro tempo, jogou sozinho e tinha que voltar para buscar a bola, em razão da falta de criatividade do meio-de-campo.
No segundo tempo, quando Gallo resolveu pôr em campo Evando, um atacante experiente, Deivid passou a ter com quem trabalhar na frente, já que Basílio correu como de costume, mas não fez nada certo.
A Inter chegou a ameaçar nos primeiros minutos do segundo tempo. Depois, só deu Santos. Mesmo sem organização e lances de qualidade, o time perdia seguidas oportunidades para fazer o gol até que, aos 36 minutos, Evando serviu Deivid, que, já dentro da grande área, bateu de pé esquerdo, fora do alcance de Carlos Carioca. "É assim que o time tem que jogar. Se não der na técnica, tem que ser na vontade", disse Deivid, quando saía de campo.
Santos – Mauro; Flávio (Beto), Halisson, Ávalos e Giba; Rogério (Evando), Bóvio, Fábio Baiano e Tcheco (Cadu); Basílio e Deivid. Técnico: Gallo
Inter – Carlos Carioca; Neto, Valdir, Mílton do Ó (Laerte) e Almir (Júlio César); Fábio Recife, Fabiano, Alexandre Salles e Esquerdinha (Nata); Izaias e Tiago. Técnico: Arnaldo Lira.
Gol: Deivid, aos 36 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Silvia Regina de Oliveira
Cartão amarelo: Alexandre Salles, Izaias, Fábio Baiano, Beto
Renda: R$ 35.655,00
Público: 3.139 pagantes
Local: Vila Belmiro, em Santos
