Apesar do mau momento pelo qual passa o Atlético, o time ainda possui a defesa menos vazada do campeonato (9 gols contra 10 do Coritiba). E isso se deve, em grande parte, à boa fase que vive o goleiro Vinícius.
O camisa 1 atleticano ganhou a grande chance para provar o seu valor neste paranaense e não tem decepcionado. Nas últimas partidas tem salvado o time em vários momentos e contribuído para que as vitórias aconteçam e impedido derrotas mais elásticas. Vinícius foi o único atleta do elenco que disputou todos os jogos oficiais do clube na temporada – 17 pelo estadual e dois pela Copa do Brasil.
Natural de Marechal Cândido Rondon e fã de Taffarel, o arqueiro rubro-negro, de 22 anos, fez teste no Atlético em 1999, então com 14 anos. No ano seguinte aportou no CT do Caju onde viveu esses oito anos, trabalhando e ralando muito. E tudo em busca de um sonho – vestir a camisa 1 do Furacão.
O Estado – O paranaense tem sido sua grande chance. Qual avaliação faz do seu rendimento?
Vinícius – Há muito tempo espero para ter uma chance como essa, com seqüência de jogos. Tenho muito que trabalhar e evoluir para atingir um nível mais alto.
O Estado – Em que aspectos pode evoluir?
Vinícius – Fiz minha estréia em 2005, no profissional, e depois foram apenas jogos isolados. Essa seqüência é boa. Estou evoluindo e passando confiança para a torcida a cada partida.
O Estado – Em alguns jogos você tem sido o jogador decisivo. A que fatores você atribui esse bom momento?
Vinícius – É o conjunto. Todo mundo está ajudando o sistema defensivo e assim não chegam muitas bolas. Também se deve ao meu trabalho, pois sem treinamento não se chega a lugar algum.
O Estado – Até chegar à condição de titular, quais as principais dificuldades que passou?
Vinicius – Mudei para o Atlético no começo de 2000 e você trabalha com o sonho de chegar no profissional, de vestir a numero 1, e fui treinando muito. 2006 foi o ano mais difícil. Não fiz nenhuma partida oficial e fui afastado, treinando por duas semanas separado do grupo principal. Depois fui reintegrado, mas perdi o meu espaço. Continuei trabalhando e hoje estou sendo recompensado por isso.
O Estado – Como conciliar trabalho e estudo, pois você é formado em Educação Física?
Vinícius – Aproveitei um período que não estava sendo relacionado para jogos, mas havia a dificuldade em estar presente nas aulas. Contei com a ajuda da minha esposa, que conheci na sala de aula. Ela me ajudou.
O Estado – A graduação foi a aposta para o futuro?
Vinícius – Quando parar de jogar, quero continuar no ramo, principalmente ligado a preparação de goleiros. É lá que essa graduação poderá me ajudar.
O Estado – Se der certo esses planos, você espera passar o resto da vida no Atlético?
Vinícius – (risos) Espero passar o maior tempo possível. Não tem como garantir nada, pois sabemos como o futebol é. Mas quero conquistar títulos e, se possível, depois continuar trabalhando aqui.
Depois de Allisson e Zé Antônio, vem aí Léo Medeiros
O volante Léo Medeiros é o mais novo reforço do Atlético. Ontem à noite, após reunião com a diretoria do Flamengo, foi acertada a sua transferência. O jogador vem por empréstimo até o final de 2008 com opção de compra para o Furacão, que também arcará com o salário.
Léo Medeiros embarca para Curitiba na segunda-feira e está pronto para jogar. O atleta afirmou estar 100% fisicamente e chega para ficar à disposição de Ney Franco, com quem trabalhou no Flamengo (2006 e 2007) e também no Ipatinga (MG) em 2005. Essa união foi vitoriosa, com a dupla conquistando o campeonato mineiro e o título carioca.
Léo Medeiros não vinha sendo muito aproveitado no Flamengo pelo técnico Joel Santana, nesta temporada, e isso facilitou a negociação. Ano passado os clubes rubro-negros já haviam concretizado um bom negócio envolvendo os volantes Cristian e Claiton.
O novo contratado, via assessoria, agradeceu a confiança depositada pelo Atlético ao contratá-lo e disse que chega ao novo clube motivado. ?Vou para Curitiba muito motivado para dar alegrias à torcida do meu novo clube. Como estou 100% fisicamente, desde já me coloco à disposição do treinador para ajudar o Furacão na partida da próxima quinta-feira contra o Paraná?, afirmou o jogador.
Haja especulação
Ontem, novos nomes apareceram. A imprensa jamaicana divulgou o interesse do Furacão no meia-atacante James Thomas, da seleção daquele país que excursionou pelo Brasil neste mês. O jogador chamou atenção durante o amistoso contra o Atlético B, quando o time paranaense foi derrotado por 2 a 1.
Outros
Também foi cogitada uma possível negociação com o meia Mádson, que disputa o campeonato carioca pelo Duque de Caxias, por empréstimo, mas pertence ao Vasco. Outros rumores, que partiram da imprensa paulista, indicaram uma sondagem do Rubro-Negro no experiente atacante Christian e no lateral Patrício, ambos da Portuguesa (SP).
Christian já defendeu Internacional, Corinthians, entre outros. Patrício é bem conhecido da torcida, pois jogou pelos rivais Coritiba e Paraná Clube.
A diretoria de Comunicação do Atlético informou que não há nada de oficial no contato com esses jogadores, mas adiantou que o clube está a procura de reforços.
Problemas
Ontem a procuradora Manoela Carvalho Garcia informou que vai denunciar o clube ao TJD em duas situações: no arremesso de objeto (bala) no campo de jogo e também pela possível ofensa verbal do presidente Mário Celso Petraglia ao árbitro do clássico, Maurício Batista dos Santos. As provas obtidas foram sons e imagens colhidas junto aos veículos de comunicação. Sobre os casos, o Atlético informou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial, mas já está providenciando a identificação do torcedor que teria atirado a bala no gramado.
Azulão embalado
O Iraty está embalado para enfrentar o Atlético, no Emílio Gomes, no domingo. O clube ganhou na última rodada do Engenheiro Beltrão (2 a 1) e entrou definitivamente na briga por uma das vagas à semifinal. Para alcançar tal objetivo não pode perder em casa.
A partida por si só é mais um chamariz para a presença do torcedor do Azulão. Servirá como uma revanche, pois neste Estadual, o Iraty só perdeu em seus domínios para o Furacão (1 a 0), na fase classificatória. Naquela ocasião, mais de três mil pessoas compareceram ao estádio – recorde de público do Iraty na temporada.
