O Atlético está ameaçado de perder o volante Vânderson mesmo antes de sua estréia com a camisa do clube. Tudo devido a uma intrincada negociação envolvendo o próprio Rubro-Negro, o Paysandu e o Castanhal/PA, clube que revelou o atleta.
Os dirigentes do time do interior do Pará cobram R$ 100 mil do clube de Belém e vão vetar qualquer transferência do volante caso não recebam nada por isso. Enquanto isso, os diretores do Furacão acompanham o desenrolar do imbróglio e garantem que o jogador vai permanecer.
?O presidente (do Paysandu) Arthur Tourinho ficou de me dar um retorno sobre esta negociação e não me procurou mais para assinar a documentação dele (Vânderson)?, disparou Hélio Paz, presidente do Castanhal. De acordo com ele, o problema não envolve o Atlético, mas somente os clubes paraenses. ?A minha questão é com o Paysandu. Eu preciso respaldar o clube para que não fique parecendo uma transferência sem ônus?, explicou. Na visão dele, o Papão é obrigado a compensar o Castanhal numa eventual negociação e para isto precisa pagar os R$ 100 mil solicitados.
Já o volante Vânderson rebateu a atitude de Paz. ?Deve ter algum problema interno no clube, salários atrasados ou questões políticas porque ele já havia concordado com a negociação?, disse. Conciliador e com vontade de permanecer no CT do Caju, o volante irá propor ceder 10% de seus direitos federativos (numa eventual negociação) para o Castanhal facilitar a tramitação da documentação. Para a diretoria atleticana, o pedido do dirigente do Castanhal não tem embasamento legal e na segunda-feira o contrato do atleta deverá ser assinado.
Mais problemas
Enquanto isso, o zagueiro Valnei continua no Rio de Janeiro tentando se desvencilhar do Flamengo para poder vir para a Baixada. Ele rescindiu o contrato com o clube da Gávea, mas tem salários atrasados para receber e quer resolver essa situação antes de começar uma nova temporada. Por enquanto, o Atlético continua esperando pelo jogador. Contratado como zagueiro, o ex-flamenguista também pode atuar na marcação de meio-de-campo e deve ser aproveitado pelo técnico Mário Sérgio nesta função.
Lateral direita sem solução
O Atlético já está pensando em desistir da contratação de um lateral-direito. O excesso de intermediários e o leilão no mercado interno e externo estão dificultando demais o acerto entre clube e jogador e os dirigentes deverão apostar todas as fichas em Alessandro e em alguns jogadores polivalentes para suprir a posição. Entre as três opções nas mãos dos dirigentes, Paulo Baier já acertou com o Goiás e não vem mais.
?Eu estive conversando com o Mário (Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo) e já estamos pensando em ficar com o que a gente já tem?, revelou à Tribuna o presidente João Augusto Fleury da Rocha. De acordo com ele, existem muitos intermediários entre o clube e o atleta e isso está complicando as negociações. ?É o tal do leilão. Enquanto não fecharem o mercado europeu e o mercado asiático não estiver abastecido, vai ser isso?, disse.
Apesar de não querer revelar nomes (?está entre os especulados pela imprensa?), o nome da preferência ainda é o de Ruy. Como o jogador está esperando por um chamado do técnico do Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo, a vinda para a Arena vem sendo protelada e a paciência dos dirigentes atleticanos parece estar próxima do fim.
Sem nenhuma contratação para o setor, a aposta recai sobre Alessandro, o júnior André Luís ou os meias Ramalho e até Raulen (em vias de ser contratado) adaptados na posição.
Interesse
O presidente atleticano tratou de pôr um balde de água fria nas pretensões do Grêmio. O clube do técnico Adílson Baptista sonha em contar com os laterais Alessandro e Michel Bastos, o volante Cocito e o meia Adriano, mas deve ficar de mãos abanando. Para Fleury, os gaúchos não têm condições financeiras.