Ricardinho: Ricardo Pozzi Rodrigues ou simplesmente Ricardinho. Num momento de transição, o Paraná Clube aposta suas fichas no carisma e na estrela de sua maior revelação para comandar uma guinada tricolor nesta temporada. O anúncio oficial da contratação do novo treinador da equipe aconteceu ontem pela manhã, pelo site oficial do clube. Aos 35 anos, Ricardinho decidiu “pendurar as chuteiras” e dar início à uma nova etapa de sua vida. Um retorno ao lar.
O paulistano Ricardo Luís Pozzi Rodrigues viveu toda a sua infância dentro do Paraná Clube. Revelado no futsal, passou por todas as equipes de base, até chegar ao profissional. Uma trajetória que criou profundas raízes afetivas. Após conquistar três títulos estaduais – em 1997 como titular absoluto da equipe -, foi negociado com o Bordeaux-FRA. Retornou ao Brasil para defender o Corinthians e colecionar títulos nacionais. Por seis anos, esteve presente em várias convocações da Seleção Brasileira, tendo disputado duas Copas do Mundo (2002 e 2006).
Apesar desse histórico vitorioso, Ricardinho nunca abandonou as origens e sempre declarou abertamente seu amor pelo Paraná Clube. Sonhava em um dia ser presidente do clube. Os sonhos mudaram, mas as ligações com o Tricolor não. Ao mesmo tempo em que projetava o fim de sua carreira, começou a amadurecer a ideia de voltar à Vila Capanema, mas numa nova função. Após duas semanas de conversações, Ricardinho assume o comando técnico do clube que o projetou.
Uma escolha corajosa, diante das muitas dificuldades que assolam o Paraná há tempos. O clube não esconde que a instabilidade financeira continua sendo um tormento. Um quadro que não deixa dúvida quanto às motivações de Ricardinho. “Certamente, aspectos financeiros não pesaram na sua escolha. Afinal, ele tinha um ótimo contrato no Bahia e outras ofertas significativas para seguir atuando como atleta”, destacou Marcelo Lipatin. O ex-atacante, amigo pessoal de Ricardinho, atuou nos bastidores para esse acerto com o Tricolor.
A partir de hoje, quando será oficialmente apresentado ao elenco e à imprensa, Ricardinho inicia um novo e difícil projeto: superar a falta de experiência no comando de um time de futebol. Dono de uma personalidade forte (e muitas vezes questionada por alguns ex-companheiros) o ídolo tricolor conseguiu um grande lastro ao longo dos 17 anos como atleta profissional. Rodou o mundo como atleta de futebol e trabalhou com uma série de técnicos de primeira linha. Ensinamentos que agora ele terá que colocar em prática, na tentativa de tirar o Tricolor da mesmice dos últimos anos e devolver seu clube do coração às elites dos campeonatos paranaense e brasileiro.