O Paraguai segue vivo na Copa América e deve muito a Justo Villar. Pela segunda partida seguida, o goleiro e as traves salvaram a seleção paraguaia. Na noite de quarta-feira, o goleiro defendeu uma cobrança de pênalti e viu o Paraguai se classificar para a decisão do torneio após 32 anos com o triunfo por 5 a 3 nos pênaltis sobre a Venezuela após empate por 0 a 0, em Mendoza.

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Villar, porém, descartou o status de herói paraguaio. “Os heróis, na verdade, somos todos”, disse. “Eu consegui defender um pênalti, depois de três vezes bater nas traves e isso também joga para chegar ao momento em que estamos”.

O goleiro reconheceu que até agora suas atuações e a sorte impulsionaram o Paraguai até a final com o Uruguai. “Esperamos que mude”, disse. “Na final temos que mudar, porque o Uruguai sem dúvida é uma equipe muito forte e precisamos mais do que isso”.

Durante os 90 minutos, um cabeceio de Alejandro Moreno acertou o travessão paraguaio. Já na prorrogação, um chute de Miku Fedor e uma cobrança de falta de Juan Arango atingiram a trave, mantendo o 0 a 0 e levando a disputa para os pênaltis.

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A situação foi semelhante ao duelo das quartas de final contra o Brasil. A seleção brasileira dominou o jogo, mas não conseguiu marcar. Nos pênaltis, Villar defendeu uma cobrança e o Brasil chutou para fora as outras três cobranças.

Villar revelou que o Paraguai não treinou pênaltis antes de nenhuma partida. Para a final de domingo em Buenos Aires, o goleiro espera que a definição do duelo aconteça antes. “Esperamos que não”, disse. “Se sofre muito. Seguramente nosso povo sofre por nós e nós também”.

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REI DOS EMPATES – O Paraguai conseguiu chegar à final da Copa América sem conseguir conquistar sequer uma vitória, mas a estatística foi minimizada pelos jogadores. “Estamos na final e isso é o importante”, disse o defensor Aureliano Torres. “Uma final de Copa América não acontece todos anos, assim estamos muito felizes”, completou.

Na primeira fase, o Paraguai empatou com Equador (0 a 0), Brasil (2 a 2) e Venezuela (3 a 3). Depois, eliminou o Brasil e a Venezuela na disputa de pênaltis após igualdades por 0 a 0. Para Villar, os empates serão esquecidos em caso de título. “Ninguém vai lembrar que chegamos com cinco empates à final”, disse. “Que levantemos a copa, nada mais”.

O atacante Roque Santa Cruz reconheceu que a equipe teve “muita sorte”. “Estamos felizes por estar na final, que é o mais importante de tudo: essa sorte de campeão que se diz que tem”, disse. “Tomara que não tenha limite, mas temos que começar a ajudar um pouco a sorte, para não dependermos demais disso temos que jogar melhor. Viemos para ser campeões. Esse era o objetivo, seguimos tendo esse ideal”.

Se o Paraguai for campeão em nova disputa de pênaltis na decisão contra o Uruguai, vai levantar o troféu sem ter vencido uma partida da Copa América na Argentina. Santa Cruz garante que a situação não incomoda. “De nenhuma maneira”, disse. “Na história e na estatística vai sair ‘Paraguai campeão’. Depois, o resto vai ser história e pronto”.

DESGASTE – A seleção do Paraguai está satisfeita com a classificação para a decisão da Copa América, mas também admite preocupação com o desgaste físico de ter disputado duas partidas consecutivas de 120 minutos com cobranças de pênalti. “O que mais nos preocupa são os lesionados, e me incluo”, comentou Villar, que sofreu uma lesão no músculo adutor da coxa direita.

Diante do Uruguai, o Paraguai não terá o meio-campista Jonathan Santana e o técnico Gerardo Martino, ambos expulsos contra a Venezuela. Santa Cruz se contundiu no início do duelo de quarta-feira e também está fora da decisão. “Temos suspensos, lesionados. Não estamos 100%, temos que tentar nos recuperar”, disse o goleiro.

Além disso, o Paraguai terá que aguardar para ver se a Conmebol suspenderá algum jogador por conta da briga ocorrida após o jogo. “Certamente se houver suspensão será pior para nós, mas veremos o que acontece”, disse Villlar. Já Santa Cruz lamentou a ausência na decisão. “É uma pena, mas é isto. Agora é vivê-la de fora”, afirmou o atacante do Blackburn.