Recentemente, a torcida do Paraná Clube não tem motivos para comemorar. Sem conquistar um título desde 2006, quando ganhou o Estadual, e amargando a Série B do Campeonato Brasileiro desde 2008, os paranistas têm vivido do passado. É justamente neste passado que um clube distante 1.400 quilômetros de Curitiba vem apostando suas fichas para crescer e almejar um futuro glorioso. Trata-se do Vilavelhense, equipe que atualmente disputa a Copa Espírito Santo – torneio que dá uma vaga na Copa do Brasil de 2012.
Comandado por Fernando Tonet, ex-diretor da base e auxiliar-técnico do Paraná Clube, o time de Vila Velha – cidade vizinha da capital capixaba, Vitória – conta com alguns atletas que passaram pelo Tricolor e tiveram bons momentos, caso do atacante Renaldo, vice-artilheiro do Brasileirão de 2003, com 30 gols; do zagueiro Ávalos, que também vestiu a camisa paranista em 2003, e o volante Goiano, revelado pelo Paraná, e que ficou no Tricolor até 2009.
Somam-se a eles o goleiro Juninho, que pertence ao Coritiba, onde era conhecido como Antônio Carlos e está emprestado até o final da temporada, além do zagueiro Jonathan e o meio-campo Jorginho, que atuaram pelo Serrano de Prudentópolis. A maioria deles já passou da casa dos 30 anos (Renaldo tem 41 e Ávalos 33) e estão dando a experiência que o técnico considera fundamental para a equipe. “O time aqui é formado por muitos jovens, e com a chegada deles deu uma concistência melhor na equipe, porque são mais experientes e acredito que esta mescla seja importante”, explicou Tonet.
O treinador apostou na estrutura do Vilavelhense para convencer todos os veteranos a irem para o futebol capixaba. “A estrutura é boa, tem alojamento, campo de treinamento, atendimento médico. Tudo isto conta, mas a vinda deles foi mais por me conhecerem, por terem trabalhado comigo. O Renaldo foi o primeiro a chegar e está me ajudando com a amizade dele com eles e os convenceu a virem pra cá também”, afirmou Tonet.
Olheiro
Renaldo tem sido essencial mais fora do que dentro de campo. Em três partidas, o veterano artilheiro ainda não balançou as redes, mas também vem colaborando para que jogadores com certa relevância no mercado nacional desembarquem no Espírito Santo. Uma função nova – de olheiro -, mas que ele garante que está gostando.
“Está bacana, estou ajudando nessa função nova, mas é a Amaral Sports quem traz os jogadores. É uma parceria. Eu falo o nome de algum jogador que dá pra trazer, mas não sou eu que negocio. Isso é com eles”, declarou o atacante, que passou também por Atlético e Coritiba. Em 1996, ele foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro pelo Atlético-MG, com 16 gols.
Esse toque de experiência parece que foi fundamental para o Vilavelhense. Em quatro partidas na Copa Espírito Santo, a equipe sofreu duas derrotas nas duas primeiras rodadas (2 x 0 para Desportiva e 1 x 0 para Rio Branco) e venceu as partidas seguintes (1 x 0 no Capixaba e 2 x 1 no Serra). Os triunfos vieram justamente quando contou com todos os “vovôs”. E de quem foram o gols? Do volante Goiano, xodó da torcida paranista, no primeiro jogo, e do zagueiro Ávalos, que fez os dois da vitória de sábado.
Existe a possibilidade de outro ex-paranista desembarcar no Vilavelhense. Seria o zagueiro Aderaldo. “Nosso objetivo é ser campeão da Copa Espírito Santo”, reforça Fernando Tonet, pondo fé na “filial paranista”.
