O bom momento do time e o início da venda dos ingressos para a reinauguração do Durival Britto mudaram a rotina do Paraná Clube. Os jogadores treinaram ontem sob o olhar atento de muitos repórteres, torcedores, dirigentes e curiosos. O ?agito? do lado de fora não interferiu no treinamento, mas há tempos os atletas não eram tão requisitados para entrevistas e autógrafos. ?Isso é bom. Nosso desafio é fazer com que esse momento se prolongue até o final do ano?, disse o técnico Caio Júnior.
O dia foi atípico, já no início da manhã. Uma fila se formou para comprar os ingressos para o jogo do próximo dia 20 de setembro, entre Paraná Clube e Fortaleza. O prefeito em exercício Luciano Ducci foi o comprador do primeiro ingresso para a grande festa que está sendo preparada.
A diretoria promete um cerimonial para movimentar a Vila Capanema durante todo o dia, histórico na vida do clube, que depois de cinco anos está voltando para sua casa. No total, serão 16.700 ingressos e somente ontem mais de mil foram vendidos.
?Não tenho dúvida de que toda a carga se esgotará muito antes da partida. É uma data histórica?, disse o vice de marketing Waldomiro Gayer Neto. A venda antecipada também está permitindo ao Paraná implementar com folga o novo sistema de ingressos, que são emitidos no ato da compra. Os ingressos contêm código 2D, fita holográfica e identificador de autenticidade através de luz ultravioleta, o que impossibilita a falsificação ou a reutilização dos mesmos.
Trintões dão equilíbrio emocional
Um terço do Brasileirão já passou e o Paraná Clube segue com uma campanha marcada pelo equilíbrio. Para o técnico Caio Júnior, o aproveitamento de 61,53% é fruto da maturidade do elenco. E sem precisar, para isso, de um grupo ?envelhecido?. Para se ter uma idéia, o time que entra em campo amanhã – às 18h10, no Palestra Itália -, frente ao Palmeiras, tem média de idade inferior a 27 anos. A rigor, apenas três ?trintões? dão a sustentação emocional para o restante da equipe.
O goleiro Flávio, o zagueiro Émerson e o volante Beto -peças escolhidas a dedo e em setores estratégicos do time -servem como ?conselheiros? dos mais jovens. ?Principalmente naquilo que ocorre dentro de campo?, lembrou o zagueiro Émerson. ?Não ficamos vigiando o que cada um faz da sua vida particular. Mas, procuramos passar bons exemplos, de profissionalismo e dedicação?. A postura serena do trio, faz com que o Tricolor tenha atuações lineares, sem se deixar abater pelas dificuldades que surgem ao longo dos jogos.
?Vejo, hoje, um time que sabe assimilar com frieza o que acontece nos jogos. E isso vale para todo o grupo, pois praticamente todos já atuaram nesse Brasileiro?, disse Caio Júnior. No total, 24 dos 32 atletas do grupo atuaram na competição. ?Vejo dois momentos que mostram essa serenidade e persistência: nos jogos contra Goiás e Atlético?, comentou. No primeiro caso, o Paraná estava perdendo e conseguiu a virada nos últimos minutos, com gols aos 40 e 43 minutos do segundo tempo. No clássico, o adversário empatou no início da fase final e mesmo assim o Tricolor seguiu na pressão até conseguir a vitória.
Para Caio Júnior, essa característica do time será decisiva no jogo de amanhã. ?Será a partida na qual sofreremos a maior pressão. É preciso jogar com inteligência, valorizar a posse de bola, marcar muito e ser preciso nos contragolpes?, comentou. Essa precisão nos contra-ataques é, na visão do treinador, o ponto fundamental para a boa campanha do Paraná jogando fora de casa.
Como visitante, o Paraná só está atrás do Internacional, com três vitórias, um empate e duas derrotas. ?O jogo será disputado com casa cheia. O Palmeiras vê a real possibilidade de sair da zona de rebaixamento nessa rodada. Mas, já surpreendemos muita gente?, lembrou o capitão Beto. ?Temos que manter a mesma aplicação tática, com muita vibração. Não temos estrelas, mas todos se ajudam dentro de campo. Os resultados são fruto desta união?, finalizou o volante. (IC)
