A presidente foi reconduzida. Por força de uma liminar, há 18 dias, Vicélia Florenzano foi afastada da presidência da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin). Mas ontem, após despacho do desembargador José Antonio Vidal Coelho, alegando não haver motivo para o afastamento, ela foi recebida com flores, festa e muita alegria por atletas, funcionários, boa parte das presidentes de federações estaduais – que estão reunidas em Curitiba para a assembléia anual da entidade -, na sede da entidade, no bairro do Tarumã, em Curitiba, para ser reempossada no cargo.
"É uma alegria muito grande ter a Vicélia aqui com a gente de novo. só assim para gente voltar a treinar tranqüilo", comentou Daiane dos Santos, a ginasta que virou símbolo do trabalho desenvolvido pela entidade nos últimos quinze anos, tempo em que Vicélia administrou-a.
Florenzano revela que passou muito sufoco nos 17 dias que foi forçada a ficar longe da presidência da entidade. "Uma de minhas principais preocupações foi com minha mãe (dona Rosália), que é muito velhinha e ficou muito preocupada comigo", revela a presidente, que disse ter buscado forças nas manifestações de apoio que recebeu no período em que ficou afastada. "Atletas, ex-atletas, dirigentes, pessoas comuns, enfim, muita gente mesmo enviou mensagens e tentou contato prestando solidariedade. Foi isso que me deu alento este tempo todo", ponderou a dirigente, que revelou ter sido ameaçada antes da última eleição pelo marido da adversária, Elizabeth Laffranchi. "Ele (o chanceler Marco Antônio Laffranchi), me deu um ultimato: ou você desiste da eleição ou vou te derrubar", revelou ontem à Tribuna, Vicélia Florenzano.
Depois da turbulência, mas reconfortada pelo apoio que teve da base, a presidente reconduzida estabeleceu como sendo "de extrema importância" tentar resolver esta questão da briga com a família Laffranchi.
"Ninguém no Brasil pode questionar o trabalho feito pela professora Bárbara (Laffranchi), à frente da seleção brasileira de conjunto. Mas o que ela nos propôs para que a GR ficasse em Londrina, foi absurdo e não me arrependo de ter descentralizado o trabalho", disse Vicélia, explicando que a ex-treinadora queria virar coordenadora e indicar as ex-atletas Camila Terezin e Daiane Camila da Silva como técnicas da equipe nacional.
"No momento, não tenho espírito para aceitar um diálogo. Mas em breve, essa questão precisa ser resolvida, em nome da ginástica brasileira", finalizou a presidente.
Daiane escolhe a música Sandália de Prata
A ginasta Daiane dos Santos ouviu, testou e decidiu. Ary Barroso vai embalar suas próximas apresentações na prova de solo com o samba Isto aqui, o que é?, também conhecido como Sandália de Prata, composto em 1942.
A conhecida letra do samba -"Isto aqui ô, ô é um pouquinho de Brasil, iaiá. Deste Brasil que canta e é feliz, feliz, feliz. É também um pouco de uma raça que não tem medo de fumaça ai, ai. E não se entrega não" – vai ganhar modernidade e rapidez, ficando com uma aparência de funk e blues, a mesma estrutura de Brasileirinho, que a acompanhou até agora e havia se tornado uma espécie de hino informal da ginástica artística.
Com isso, não haverá necessidade de mudança radical nas coreografias. A trilha sonora já está sendo finalizada em estúdio para que a ginasta possa retomar os ensaios com todo vigor. Afinal, terá exatamente um mês para treinar a coreografia em sua nova versão musical para a etapa da Copa do Mundo em Lyon na França, nos dias 18 e 19 de março.
A princípio, Daiane tinha em mente apresentar-se com País Tropical, de Jorge Benjor. Chegou a mostrar parte da coreografia em 1.º de outubro do ano passado, mas devido à demora na negociação dos direitos autorais a música foi abandonada.
