Vice-presidente paranista fala sobre o futuro do clube

Com os cofres vazios, o Paraná Clube fez a arriscada opção de montar um time barato para a disputa do Paranaense. Hoje, restando apenas duas rodadas para o fim da competição, paga o preço por essa diretriz.

Precisa de duas vitórias e de uma combinação de resultados para não “acordar” na segundona estadual. Na visão do vice-presidente Aramis Tissot, uma série de fatores colocou o Tricolor nessa “saia justa”.

“Há muita coisa envolvida. De más gestões à nova realidade sócio-econômica do País”, disse. Tissot fala com a convicção de quem comandou o clube nos dois primeiros anos da história do clube.

O dirigente presidiu o Paraná no biênio 90-91. Neste período, o Tricolor ascendeu da terceira divisão nacional para a Série B e ainda levantou o primeiro “caneco”: o título paranaense de 1991.

Aramis fala com orgulho de tempos em que o clube contava com mais de 20 mil sócios pagantes. “Era essa estrutura que nos dava a sustentação econômica. Tanto que fomos campeões e entreguei um grupo montado para o Darci Piana. Além disso, tínhamos cerca de 300 mil dólares em caixa”, destacou.

Então, o que houve com esse clube, que nasceu gigante e hoje se arrasta em pleno campeonato paranaense? Tissot evita citar nomes, mas entende que faltou planejamento ao clube, por conta de gestões que se preocuparam demais com títulos. “Só que é preciso considerar a nova realidade do Brasil, onde não se frequenta mais clubes sociais como antigamente”, lembrou.

Outro problema “grave” do Paraná, sob a ótica de Tissot, são as acomodações acanhadas do estádio Durival Britto. “Só oferecemos conforto para umas mil pessoas. Assim, é dificil imaginar grandes públicos ou uma adesão expressiva de sócios-torcedores”, disse.

“Nosso passo mais importante, em termos patrimoniais, é garantir a cobertura do estádio. Só com esse investimento poderemos correr atrás dos 10 mil sócios torcedores”, avalia.

Sobre a opção por um grupo “barato” ao longo do Paranaense, Tissot entende que o clube foi impelido a isso, por conta da falta de recursos para contratações de maior expressão. “Precisávamos nos apequenar para não aumentar o rombo. Creio que essa decisão deveria ter sido referendada pelo [conselho] deliberativo”, comentou Tissot.

“Hoje, vivemos um momento delicado no Paranaense. Acredito que teremos que rever muitas coisas para o Brasileiro e buscar soluções práticas e pontuais. O Paraná precisa estar aberto a parcerias para chegar no Brasileiro com um grupo forte e equilibrado”, arrematou. Aramis Tissot, hoje, está afastado do departamento de futebol – nada que o impeça de falar sobre prioridades ou diretrizes para o futuro tricolor.

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