?Eu sou um ?Dunguista??. A frase do escritor e jornalista Luís Fernando Veríssimo, que esteve semana passada em Curitiba, explica bem como é o seu pensamento sobre o futebol. Após o fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo, ele se posicionou claramente ao lado dos que pregam maior entrega dos jogadores que vestem a ?amarelinha? – e não é dos que querem a volta ao futebol-arte. Ele quer uma equipe forte, com jogadores que respeitem o sistema tático e que sejam vencedores. Tal como ele espera que o Internacional, clube do seu coração, seja na final da Libertadores, que começa hoje contra o São Paulo.

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Na Alemanha, ao lado dos mais conhecidos colunistas de futebol do eixo Rio-São Paulo, Veríssimo era uma voz dissonante – principalmente quando se comparava o pensamento dele ao dos colegas Fernando Calazans ou Renato Maurício Prado, por exemplo. Estes queriam um time ultraofensivo, enquanto o escritor (e também músico) esperava um sistema de jogo mais eficaz. Mas todos concordavam que faltava alma à seleção. ?Eu acho que nós estamos em um momento de mudança. O que aconteceu na Copa não pode se repetir?, reclama Veríssimo.

Por isso ele é totalmente a favor da indicação de Dunga para treinar a seleção brasileira – nada mais natural para um cronista que, em plena euforia da seleção de Telê Santana em 1982, pedia um meio-campo com ?Abnegado, Pegajoso e Falcão?. ?Nossa seleção precisa, acima de tudo, de raça. Isto foi o que faltou na Copa. E o Dunga vai ser um exemplo para os jogadores. Precisamos de uma equipe com mais virtudes. Como o Inter?, resume.

Luís Fernando Veríssimo está empolgado com a final da Libertadores. ?Acho que desta vez vai. O time está bem armado, tem bons valores individuais e pode vencer o São Paulo?, comenta o jornalista. O curioso é que ele, apesar de colorado fanático – escreveu um livro sobre sua paixão pelo Inter -, não viu a partida da semana passada contra o Libertad. ?Estávamos tocando em Florianópolis?, esclarece o saxofonista da banda Jazz 6.

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Banda que, aliás, é formada por cinco (o saxofonista Geraldo Schüler deixou o grupo por problemas de saúde) torcedores do Inter. ?É uma condição para tocar com a gente?, brinca o contrabaixista Jorge Gerhardt. ?Na semana passada, estávamos no show e não sabíamos quanto estava o jogo. Quando alguém dos bastidores avisou que estava dois a zero, nosso pianista parou a música e começou a tocar o hino do Inter?, conta o escritor.

E a aposta de Luís Fernando Veríssimo para a final é bem gaúcha. ?Vamos segurar um zero a zero no Morumbi e vencer por 1×0 no Beira-Rio?, prevê. E nada de marcar show da Jazz 6 para a próxima quarta-feira.

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