Os dois terrenos, sob os quais foram construídos o estádio Pinheirão, vão a leilão novamente no dia 14 de junho, ao valor de R$ 69 milhões. Até a quinta-feira da semana que vem, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) tentará impedir que as duas áreas sejam arrematadas para o pagamento de dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), no valor de R$ 2,400 milhões. O total do débito está na casa dos R$ 40 milhões.
Mas não é apenas a FPF que busca inviabilizar o leilão. Os vereadores de Curitiba seguem na tentativa de impedir que pelo menos um terreno seja arrematado, para que a prefeitura possa reaver a área que foi doada em 1969 e que abriga metade do estádio. Ontem, os parlamentares que compõem o grupo que está à frente do caso de retomada do terreno encaminharam dois documentos para conseguir embargar o leilão.
O primeiro deles foi uma reiteração do convite ao promotor de Proteção ao Patrimônio Público, Paulo Ovídio dos Santos Lima, alertando para o leilão e o risco de a Prefeitura perder de vez a briga pelo imóvel. O procurador não compareceu à reunião que estava agendada para segunda-feira passada. Em outro documento, os vereadores pedem à Procuradoria Geral do Município que embargue o leilão, ao menos do terreno registrado na matrícula 1.773, de 64 mil m2, que é referente à área pública doada à FPF. O outro terreno, de 60 mil m2, e sob a matrícula 1.774, é composto por doações de particulares à Federação e sob o qual a Câmara Municipal não tem interferência.
O receio dos vereadores é que o leilão inviabilize os esforços para que a área pública doada em 1969 possa ser revertida ao município de Curitiba. “Depois que for arrematado, cair na mão de terceiros, vai ficar mais difícil reaver o imóvel. O que deveria ir a leilão é o imóvel da Federação, não aquele doado pelo município. Nós estamos fazendo todo empenho para que não seja leiloado. Eu não tenho condições de embargar, mas a procuradoria poderia criar obstáculos”, disse o vereador Jair Cezar (PSDB).
O vereador espera que a procuradoria, desta vez, com o leilão prestes a acontecer, tome alguma atitude e mude a postura em relação ao problema. “Apesar de eles não terem demonstrado interesse nenhum em reivindicar o cancelamento ou a revogação da lei, nós estamos buscando isso junto a eles ainda. É um imóvel do município, está irregular e eles têm que fazer alguma coisa”, cobrou.