Depois de praticamente dois anos de internação hospitalar, o ex-pugilista José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, voltou a encontrar os fãs na manhã deste sábado na Vila Olímpica Mário Covas, em São Paulo. O primeiro brasileiro a se tornar campeão dos pesos pesados foi homenageado pelos alunos do projeto de inclusão social “Amanhã Melhor” durante as comemorações do Dia das Crianças. Bastante assediado, Maguila recebeu presentes e posou para inúmeras fotos.

continua após a publicidade

Coordenado pela advogada Irani Pinheiro, mulher do lutador, o projeto oferece gratuitamente aulas de balé, boxe, zumba e condicionamento físico para os moradores da zona oeste de São Paulo. Maguila assistiu a todas as apresentações e se entusiasmou – naturalmente – com as lutas de boxe. “Ainda hoje as pessoas se lembram de mim. Eu vou ficar eternizado para o boxe. Mesmo quem nunca me viu lutar, sabe quem foi o Maguila. Fico muito feliz”, disse o lutador, que disputou 85 combates com 77 vitórias.

continua após a publicidade

Maguila ficou quase dois anos internado para tratar as complicações da Encefalopatia Traumática Crônica, síndrome neurodegenerativa causada por frequentes golpes recebidos na cabeça. Os traumas levam à destruição dos neurônios ocasionando perda de memória, dificuldades na fala e na coordenação motora. A doença, comum entre lutadores, é chamada de demência pugilística. No caso de Maguila, a situação se prolongou porque ele foi diagnosticado equivocadamente como portador do Mal de Alzheimer.

continua após a publicidade

Depois da mudança de diagnóstico, o novo tratamento trouxe melhoras significativas na fala, locomoção e comportamento. Hoje, ele se comunica bem e compreende perfeitamente as informações. Atento ao noticiário esportivo, ele elogiou a conquista da medalha de ouro pelo lutador Robson Conceição nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. “Não perco uma luta. O boxe vai melhorar mais ainda. Com o ouro, as coisas vão ficar mais fáceis”.

Maguila foi campeão mundial dos pesos pesados em 1995, quando tinha 37 anos, ao derrotar por pontos o inglês Johnny Nelson. O título era Federação Mundial de Boxe (WBF), uma das dezenas de entidades que representam a categoria e que possuía pouca expressão à época. Também foi campeão brasileiro, sul-americano, latino-americano, pentacampeão continental e campeão das Américas. Chegou a enfrentar os grandes nomes do boxe mundial como George Foreman, confronto que considera o mais difícil de sua carreira, e Evander Holyfield, quando buscava o título mundial.