Vencer fora, o desafio do Paraná Clube

O Paraná Clube “tira o pijama” e tenta pôr fim ao incômodo jejum de vitórias fora de casa. O assunto já virou rotina para os jogadores, pois há mais de oito meses o Tricolor não obtém três pontos na condição de visitante em jogos válidos pelo Brasileirão. O grupo foi completamente remodelado, mas os insucessos do ano passado se repetem na atual temporada. Só que em um grau muito menor. Em 2002, o fantasma do rebaixamento foi companheiro permanente do clube até a última rodada. Desta vez, a briga é para chegar entre os três primeiros colocados.

O último triunfo longe de sua torcida ocorreu no final de setembro do ano passado, quando em Porto Alegre o Paraná derrubou o Inter, de virada (2×1). De lá para cá, foram disputados onze jogos e nada de vitória. “Isso marca o time. Estamos pegando rótulo de caseiros e isso é ruim. Principalmente porque temos consciência de que estamos jogando bem, mas pecando nos detalhes”, lembrou o zagueiro Cristiano Ávalos. Neste período, o Tricolor colecionou oito derrotas e três empates. Sob o comando de Adílson Batista (que estreou na goleada sobre o Flamengo, no Pinheirão), a meta é somar três pontos e virar a rodada possivelmente entre os quatro primeiros.

“Esta situação não me afeta, pois estou chegando agora. Mas, sei que um time vencedor tem que ser competitivo também fora de seus domínios”, ponderou Adílson Batista. O treinador, analisando a tabela, sabe que a vitória neste domingo é “chave” para impulsionar a equipe para uma aproximação dos líderes. “Na seqüência, pegamos Juventude e Internacional e temos amplas possibilidades de subir algumas posições”, afirmou o treinador. Hoje, o Paraná é o 5.º colocado, com aproveitamento de 54,55%. A média é boa, mas a colocação é reflexo da campanha expressiva em casa, onde o rendimento é de 88,89%, contra apenas 13,33% fora de Pinheirão.

O perfil “caseiro” não é exclusividade do Paraná Clube. No campeonato, as vitórias como visitante são minoria (18 derrotas dos mandantes em 132 jogos), mas entre os dez primeiros, somente Paraná e Guarani não venceram fora de casa. “Temos que tentar repetir no Mangueirão o bom futebol do segundo tempo do jogo frente ao Flamengo, onde soubemos marcar e jogar no erro do adversário”, lembrou o artilheiro Marquinhos. Adílson, durante a semana, direcionou os trabalhos para que seu time tenha um bom volume de jogadas pelos flancos, em velocidade, para surpreender o Paysandu. “Sei que pelo estilo de atuar, o Ivo não vai abrir mão da marcação, mas terá que se expor para tentar a vitória, pois precisam de pontos em casa para sair das últimas colocações”, acredita Adílson Batista.

Adílson Batista prefere seguir adiante com o Tricolor

“Não quero pular etapas. Só estou começando minha carreira e posso assegurar que ela está muito bem planejada”. Foi assim que o técnico Adílson Batista explicou sua recusa ao convite do Grêmio Portoalegrense. Identificado com o clube gaúcho – onde conquistou o título da Libertadores de 1995 -, o ex-zagueiro foi assediado durante toda a noite de quinta-feira, antes da viagem da delegação para Belém do Pará.

“Sei que eles têm urgência em definir um substituto para o Tite e ser lembrado já é uma honra. Mas, não poderia falhar com o Paraná neste momento”, disse. Para Adílson, sair neste momento seria um dano à sua imagem, pois está no clube há apenas onze dias. O treinador fez questão de frisar que não houve de sua parte qualquer temor em dirigir o Grêmio neste momento de transição. “Se o convite me fosse feito antes de ter assumido o Paraná, iria sem problemas.”

Com esta mesma tranqüilidade e acreditando que o bom trabalho no tricolor paranaense continuará abrindo portas, Adílson comandou um treino leve, ontem à tarde, no campo da Tuna Luso. Nem tocou no assunto com os dirigentes, pois já havia antecipado que permaneceria no Paraná independente de propostas financeiramente vantajosas. “Falei com o Verardi (superintendente do Grêmio) e agradeci o convite. Mas, sei que eles já estão trabalhando outros dois nomes”, comentou.

Com a posição de Adílson, os dirigentes gaúchos formalizaram proposta a Paulo Bonamigo, do Coritiba – apesar da negativa do técnico em relação à este contato. Novamente fracassaram na tentativa de “roubar” um técnico dos times paranaenses. Segundo o site oficial do Grêmio, o novo treinador já está contratado, mas por motivos éticos o presidente Flávio Obino só fará o anúncio oficial após a rodada de domingo.

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