Simplicidade. Essa é a alma do projeto de revitalização da Vila Capanema. A campanha ?Vila, tá na hora!? foi lançada oficialmente ontem e a meta é a conclusão das obras até o dia 27 de janeiro do ano que vem, data em que o Durival Britto comemora 59 anos de idade. Com a construção de 56 camarotes e a ampliação da capacidade do estádio para quase 16 mil lugares, o Paraná Clube atende antigo anseio de seu torcedor e resgata a sua identidade.
O presidente José Carlos de Miranda fez questão de destacar que esta é uma realização do clube e não uma campanha eleitoreira (ele é candidato à reeleição, no mês que vem).
?É uma obra idealizada pelos nossos conselheiros?, destacou. O presidente do Conselho Deliberativo do clube assinou embaixo, destacando que este é apenas mais um passo no projeto de reerguimento do Paraná. ?É uma obra que desafia a nossa capacidade
e respeita nossas limitações?, frisou.
Estiveram presentes ao lançamento praticamente todos os integrantes do atual quadro diretivo do clube. A apresentação detalhada do projeto ficou a cargo do vice de planejamento do clube e presidente da comissão ?Vila, tá na hora!?, Márcio Villela.
?É importante destacar que a volta à Vila está diretamente ligada à adesão do nosso torcedor. Acredito numa
grande mobilização para que possamos viabilizar e concluir a obra no prazo estipulado?, comentou Villela.
O custo total da reformulação gira em torno de R$ 1,5 milhão, valor que está sendo arrecadado com a venda de camarotes e, desde ontem, com pacotes de ingressos para o estadual e produtos (camisetas, chaveiros, canecos…) alusivos à campanha. No ?boca-a-boca? junto a conselheiros do clube, 22 camarotes – do total de 56 – já foram vendidos e outros 9 estão reservados. ?A meta é concluir a venda das unidades do primeiro piso até sexta-feira?, comentou Villela.
Nesta data, haverá um coquetel para a assinatura dos contratos de utilização dos camarotes por 12 anos.
Há outras frentes de ação para garantir que as obras – a serem iniciadas hoje – não sofram nenhum tipo de interrupção. Estão sendo lançados pacotes para cinco jogos do estadual (R$ 50), além de kits com produtos da campanha para quem fizer doações espontâneas (R$ 250). O clube visa, também, transformar a Vila em uma unidade de negócios. ?Queremos atrair o nosso sócio novamente à Vila Capanema. Não apenas no dia de jogos, mas como uma alternativa de lazer?, explicou Villela.
Com a modernização e a adequação ao Estatuto do Torcedor – inicialmente com locais numerados e num segundo estágio com cadeiras – a Vila terá capacidade para 15.700 torcedores, atendendo às exigências da CBF. Com arquibancadas pré-moldadas, a curva de fundos passará a comportar 7.500 torcedores (hoje, a capacidade neste setor é de 3.250).
Além de ampliar arquibancada e construir camarotes, a obra prevê revitalização de todas as áreas, banheiros, bares, rampa de acesso às cabines de imprensa (que serão remodeladas) e a recuperação do gramado.
Para o vice de marketing, Waldomiro Gayer Neto, um dos coordenadores do projeto, está é ?a maior campanha do clube, desde a sua fundação, junto ao torcedor?. Todos os detalhes da campanha ?Vila, tá na hora!? podem ser conferidos no site www.vilacapanema.com.br.
Artilheiro de molho vira dúvida
O Paraná Clube corre o risco de ficar sem o seu artilheiro no jogo de amanhã – às 20h30, no Pinheirão -, frente ao São Caetano. Borges deixou o gramado após 16 minutos de coletivo. Numa primeira avaliação, foi apenas fadiga muscular e por isso o atacante permanecerá em observação (e tratamento) até amanhã. Apenas mais um problema para o técnico Luiz Carlos Barbieri, que já não conta com André Dias, Pierre e Neguete.
?Mesmo com todos os cuidados, os problemas surgem. O campeonato é longo e o desgaste é grande?, lembrou o treinador. Caso Borges seja vetado, Sandro será o seu substituto. ?Senti a perna presa logo no primeiro lance?, disse Borges, que deixou o campo, pela primeira vez, com menos de 3 minutos de treino. Avaliado pelo médico Milton Nagai – e após fazer um rápido alongamento com o preparador físico Wiliam Hauptmann – Borges voltou ao campo. Por pouco tempo. ?Preferi não arriscar?, explicou.
Com a entrada de Sandro, o time adotou uma nova postura ofensiva, com Sandro e Éder compondo o meio-de-campo e aproximando-se de Fernando Gaúcho. Com a ausência de André Dias, o atacante terá sua primeira oportunidade como titular. ?O São Caetano que me desculpe, mas dentro de casa acho que não tem que ter pra ninguém. Temos que ir pra cima deles e garantir a vitória?, afirmou Fernando Gaúcho, que no coletivo fez um dos 4 gols dos titulares – completaram a goleada Beto (2) e Éder.
Se Borges é dúvida, Pierre já está fora do jogo de amanhã. O volante suportou apenas 20 minutos de treino, quando voltou a se queixar das dores no quadril, resultado de uma joelhada que recebeu no jogo frente ao Corinthians. ?Ao girar o corpo, a dor é forte. Melhor não forçar a barra e acabar prejudicando o time?, comentou. Rafael Muçamba entrou no seu lugar, como já ocorreu no jogo passado. ?O bom é que temos opções e jogadores do mesmo nível. Por isso, o time não sentirá as mudanças?, analisou Barbieri.
O técnico surpreendeu ao posicionar o time em campo e pela primeira vez vai abrir mão do sistema com três zagueiros. Pior para Aderaldo, que acabou ?barrado?. Frente ao São Caetano, o Tricolor vai priorizar a ocupação dos espaços no meio-de-campo, que passa a ser formado por três volantes: Muçamba, Beto e Mário César. ?Só que dois deles atuarão com liberdade?, explicou Barbieri.
Na essência, a variação tática é muito tênue, quase imperceptível, já que sem a posse de bola o primeiro volante posiciona-se como zagueiro. ?Espero, com o ajuste, tornar o time mais ágil?, confirmou Barbieri.
Nas mãos do STJD
O Paraná Clube defende-se hoje da atitude intempestiva de um torcedor na partida contra o Fluminense. O clube será julgado à noite no Superior Tribunal de Justiça Desportiva e corre o risco jogar de uma a três partidas com portões fechados, além de levar multa de R$ 50 mil a R$ 500 mil. A perspectiva não é animadora para os tricolores.
Edmilson Ribeiro Gouveia, que se diz paranista mas tinha carteirinha da Império Alviverde, maior organizada do Coritiba, invadiu o gramado do Pinheirão logo após o último gol da vitória por 6 x 1 sobre o Fluminense, em 8 de outubro. O torcedor abraçou os jogadores paranistas e saiu escoltado pela Polícia Militar, antes de ser levado ao 3.º Distrito Policial. Edmilson, morador de Pinhais, foi liberado depois de assinar um termo circunstanciado.
Apesar de não ter havido violência, o STJD tem sido rigoroso em casos semelhantes. Por isso o advogado paranista no caso, Domingos Moro, considera o julgamento ?barra pesada?. ?A tendência não é boa. Mas vamos mostrar que foram tomadas todas as medidas para prevenir a invasão, apesar desta falha?, disse Moro.
A ligação do torcedor com um clube rival será levado ao pleno do STJD, mas o próprio advogado reconhece que o fato tem pouca importância jurídica.
Dúvida
Caso seja condenado, o Tricolor terá problemas para indicar quando jogará sem presença de público. A pena seria cumprida na partida contra o Internacional, em 3 de novembro, mas o confronto foi negociado com o Cascavel – os ingressos já estão sendo vendidos e o Tricolor recebeu os R$ 200 mil referentes à transferência. Como os outros dois jogos em casa (Paysandu e Cruzeiro) fazem parte da promoção da Nestlé, restaria apenas o jogo contra o Flamengo, na antepenúltima rodada.
?Estamos confiantes no êxito da defesa. Mas, em caso de condenação, veremos com o tribunal um modo de cumprir a pena sem ferir o Estatuto do Torcedor?, disse o vice-presidente José Domingos.