O vice presidente de futebol, Durval Lara Ribeiro, promete um time ?macho? para a temporada 2008. Numa alusão ao filme Tropa de Elite, que virou moda no Brasil, diz que não quer saber de ?zero-dois? na Vila Capanema. Este será, garante Vavá, o perfil do Paraná Clube já a partir de janeiro. O dirigente quer jogadores com pegada e que encarem a pedreira da Segundona sem medo. Vavá se esquiva de críticas pela demora nas contratações sob a garantia de que essa aparente lentidão se deve à necessidade de amarrar bons contratos.
?Trazer só por trazer é uma coisa. Precisamos contratar atletas de qualidade, mas que também dêem retorno financeiro ao clube?, justifica Vavá Ribeiro. Nessas transações, busca embutir vínculos mais longos, mas com o cuidado de não onerar o clube além de um limite compatível com a realidade do Tricolor. ?É um processo longo, cansativo. Mas, no final, acredito que teremos um time novamente forte. Diria que a nossa base atual já é muito boa?, avalia o dirigente.
Recentemente, dois casos são exemplos claros de contratos ?mal-amarrados?. No ano passado, o Paraná trouxe Cristiano, do J. Malucelli. Com Caio Júnior, o atacante foi titular, mas ao término da temporada seguiu para o Palmeiras e na transação o Tricolor não ficou com um centavo sequer. Na atual temporada, um processo parecido ocorreu com outro atacante, Henrique. O contrato do atleta findou um abril e ele foi para o Coritiba. O Paraná não obteve retorno financeiro e ainda perdeu o melhor companheiro que Josiel teve ao longo de sua passagem pelo time paranaense.
Mesmo sem citar nomes – o que só deve ocorrer ao longo da pré-temporada da equipe -, Vavá diz que as transações estão bem encaminhadas. ?Com os jogadores está tudo certo. Mas eles ainda precisam acertar as rescisões com seus clubes de origem?, explicou. ?Por isso, não falo nomes, pois um vazamento de informação pode complicar toda a negociação?. Na sua avaliação, boa parte das metas traçadas para o período de recesso do futebol brasileiro foi atingida.
?Transações só não foram concluídas porque há entraves que só podem ser superados após o retorno dos clubes às atividades?, disse. Vavá Ribeiro mantém a mesma política adotada desde a contratação do volante Léo. ?Só falo nomes depois que toda a papelada estiver na CBF?, garantiu o vice de futebol paranista. O dirigente saiu pela tangente até mesmo no que diz respeito à relação de vinte jogadores que seguirão para a pré-temporada em São Bento do Sul, Santa Catarina.
?Há um esboço, mas ainda poderão ocorrer ajustes. Por isso, não vejo motivo de antecipar algo que daria margem a especulações?, justificou Vavá. Caso divulgasse essa lista antecipadamente, poderia ser feita a leitura inversa, ou seja, uma dedução sobre nomes que definitivamente não estão nos planos do clube para 2008. ?Não gosto de comentar sobre dispensas. Até por isso, também estou trabalhando no sentido de emprestar ou liberar oficialmente aqueles atletas que não devem ficar no Paraná Clube para as próximas competições?, finalizou Vavá.
Grana de Thiago Neves é depositada em juízo
O meia Thiago Neves declarou que não vai vestir a camisa do Palmeiras, como pretendia o técnico Vanderlei Luxemburgo. Segundo o jogador, as diretorias de Palmeiras e Fluminense já teriam se acertado e o jogador continuaria, assim, nas Laranjeiras. Pivô de uma tremenda briga entre empresários – e que acabou ?respingando? no presidente José Carlos de Miranda, afastado diante de denúncias de transações ilícitas ? o jogador tentou na Justiça do Trabalho a rescisão de seu contrato com o Paraná Clube.
Não obteve êxito. Foi reconhecido seu direito de se desligar do Tricolor, desde que diante do pagamento da multa rescisória prevista em contrato: R$ 3,9 milhões. O jogador, além de ?anunciar? o acordo entre Palmeiras e Fluminense, disse ainda que o grupo Sonda (que teria comprado percentual do atleta junto ao empresário Léo Rabello) depositou em juízo a quantia estabelecida pela Justiça. O Paraná Clube não foi notificado sobre esse depósito.
?A Justiça do Trabalho está em recesso. Qualquer novidade sobre esse assunto, somente a partir do dia 2?, disse o vice jurídico do Tricolor, Luís Carlos de Castro. ?Se o depósito foi realmente efetivado, o jogador estaria livre do vínculo com o Paraná?, admitiu. Porém, os R$ 3,9 milhões, ao que tudo indica, ficariam em juízo enquanto as partes discutem na área cível de quem é o dinheiro. O Paraná e a LA. Sports questionam a validade do contrato assinado por Miranda com a Systema, de Léo Rabello, que acabou transferindo 60% dos direitos econômicos do atleta ao empresário carioca.
Meia já era dado como certo pelo Palmeiras
Redação e agências
Márcia Feitosa/Fotocom.net |
Thiago Neves, do Paraná, pode ter seu caso discutido na Justiça. |
Em entrevista à rádio CBN de Curitiba, o meia Thiago Neves, que estava no litoral do Estado, afirmou ontem que jogará pelo Fluminense em 2008, jogando um balde de água fria nas pretensões do técnico Vanderlei Luxemburgo de ter o atleta no Palmeiras. Segundo o jogador, já está tudo certo entre as duas equipes, apesar do pré-contrato que assinou com o Palmeiras em agosto e pelo qual recebeu R$ 400 mil de luvas. O jogador declarou ainda que a multa de R$ 3,9 milhões sobre a sua recisão com o Paraná Clube foi depositada em juízo.
O Palmeiras ameaça brigar na Justiça para contar com o jogador ou, pelo menos, receber o ressarcimento pelo descumprimento do acordo assinado, que seria superior a R$ 2 milhões.
Flu quer mais
Enquanto não define a situação do meia, a diretoria do Palmeiras está otimista em anunciar nos próximos dias a contratação do lateral-direito Élder Granja, que já encerrou seu contrato com o Internacional. O jogador, de 25 anos, tem um perfil que agrada aos dirigentes do clube e a Luxemburgo Com apenas Júnior César para a lateral-esquerda, o técnico do Fluminense, Renato Gaúcho, pediu a contratação de Gustavo Nery, que está em baixa no Corinthians, por causa dos altos salários e das críticas da torcida.
A primeira opção nas Laranjeiras era Léo, do Benfica, mas a negociação não andou e Renato está preocupado, pois o reserva Ivan será devolvido ao Atlético Paranaense.
O treinador admite que conhece a fama de ?chinelinho? de Gustavo Nery – gíria usada para jogadores pouco esforçados em treinos e jogos -, mas parece não temê-la: disse que colocará o jogador na linha e o tornará útil na disputa da Libertadores.