Vasco oferece ajuda jurídica e psicológica a Bernardo

O meia Bernardo, do Vasco, foi sequestrado e torturado por traficantes do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, na noite do último domingo, segundo a Polícia Civil. O crime teria sido cometido por vingança, após o jogador ter supostamente se envolvido com Dayana Barros Rodrigues, de 23 anos, que seria a “namorada número 1” do traficante Marcelo Santos das Dores, conhecido como “Menor P”, de 31 anos, que é apontado como chefe da facção Terceiro Comando Puro (TCP).

Após o casal ter sido flagrado, segundo o relato da polícia, Dayana levou cinco tiros na perna e Bernardo, agressões e choques pelo corpo. O jogador, no entanto, nega. Enquanto isso, o Vasco divulgou nota oficial nesta sexta-feira informando que ofereceu assessoria jurídica e apoio psicológico ao meia.

O delegado José Pedro Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), afirmou que a sessão de tortura foi presenciada pelo lateral Wellington Silva, do Fluminense, e pelo volante Charles, do Palmeiras. “Pelo fato de Wellington Silva e Charles terem nascido na comunidade, eles não sofreram nada. Enquanto Bernardo era torturado, Wellington Silva argumentou com os traficantes que, se algo mais grave ocorresse, o caso teria grande repercussão e, no dia seguinte, a Maré receberia uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)”, afirmou o delegado.

Wellington Silva negou ter presenciado qualquer tortura. “Ele (Wellington Silva) me falou que estava na comunidade (Maré) com a mãe, e não no local (do suposto crime)”, disse o técnico do Fluminense, Abel Braga, em entrevista nesta sexta-feira – o clube, porém, não se manifestou oficialmente. E Charles, “blindado” pelo Palmeiras, não comentou sobre o caso.

Segundo a polícia, Bernardo e Dayana teriam sido flagrados na Vila do João. Em seguida, teriam sido levados a uma casa no Timbau, onde ocorreu a tortura. As duas favelas ficam no Complexo da Maré. Elas são dominadas pelo TCP e separadas pela Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio.

Os jogadores foram intimados a depor. Dayana foi ouvida informalmente no hospital, mas o conteúdo não foi revelado pela polícia. O pai e a irmã mais nova dela prestaram depoimento nesta sexta-feira. “É mentira que Dayana tenha qualquer envolvimento com esse sujeito (Bernardo). Minha filha mora comigo e isso eu posso garantir. Não sei de onde surgiu essa fofoca. E foi por isso que ela levou esses tiros e está passando por isso. Só conheço esse rapaz (Bernardo) pela TV, apesar de ele viver lá dentro (da favela)”, declarou o aposentado Aquiles de Abreu Rodrigues, de 56 anos.

Perguntado se Dayana é namorada de “Menor P”, o aposentado disse: “Ela já teve um caso com ele, mas isso foi no passado. Não tinham mais nada”. Após ser baleada, a garota foi levada ao Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. “Quando me ligaram, ela já estava lá. Mas, como não tinha cirurgião, coloquei minha filha num táxi e a levei para o Souza Aguiar”, explicou Aquiles de Abreu Rodrigues.

A prefeitura do Rio confirmou que Dayana deu entrada no Hospital Souza Aguiar, no centro da cidade, na segunda-feira. Ela foi operada na perna direita e no pé esquerdo. Teve alta na quinta. Já Bernardo não procurou atendimento em nenhuma unidade municipal.

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