A desculpa do menor número de jogos já realizados continua válida, mas cada vez menos ela expressa a real situação do Santos no Brasileirão. Nesta quarta-feira, o atual campeão da Libertadores foi derrotado pelo Vasco, em São Januário, por 2 a 0, e chegou à penúltima posição no competição. Os cariocas, por sua vez, já estão no terceiro lugar, trás apenas de Corinthians e Flamengo. Como tem acontecido no Rio quando chove, a partida foi interrompida por 15 minutos por conta de uma queda de energia.
Em 11 jogos, o Santos tem apenas 11 pontos, aproveitamento pífio de 33%, melhor apenas que o de América-MG, Atlético-PR e Avaí. Estaria na zona de rebaixamento, portanto. Em relação ao líder Corinthians, já são 20 pontos atrás, com apenas três partidas de diferença entre eles.
Assim como aconteceu nas últimas partidas, a zaga do Santos voltou a falhar nesta quarta-feira. Em três jogos, já sofreu 10 gols. Nos dois primeiros, o ataque ainda apareceu para esconder um pouco os erros defensivos. Desta vez, porém, nem isso. Já o Vasco, que também vem de ressaca de um título no primeiro semestre, já soma 28 pontos em 14 rodadas. A equipe busca apenas a liderança, uma vez que ficar no G-4 não muda nada a vida vascaína.
O Santos tenta a recuperação no Pacaembu, domingo, às 16h, contra o Ceará. Já o Vasco joga o seu primeiro clássico deste Brasileirão, contra o Botafogo, no Engenhão, também no domingo, mas às 18h30.
O JOGO – Mal a bola rolou em São Januário e o Vasco já se mostrava superior. Tanto que, logo com 1 minuto, Diego Souza fez excelente jogada pelo meio, passou por três marcadores e foi prensado pela defesa. A bola sobrou para Eder Luis, na direita da área, mas o atacante, livre, foi displicente no chute e permitiu a defesa de Rafael. Logo no lance seguinte, o Vasco abriu o placar. Diego Souza pegou rebote na entrada da área, matou no peito e soltou um torpedo. A bola bateu no travessão e entrou.
O Santos quase descontou aos 7 minutos. Elano cruzou da intermediária e Neymar, livre de marcação, cabeceou com perigo na pequena área, mas pegou torto na bola e mandou à esquerda do gol de Fernando Prass.
Não que o meio-campo ou o ataque santista funcionassem em perfeição, mas o problema maior era mesmo a defesa. Aos 20, Felipe bateu falta pela esquerda, ninguém marcou Dedé, que foi ao encontro de Rafael, cabeceou antes que o goleiro, e empurrou para o gol vazio, marcando 2 a 0.
Como já tem sido tradição no Rio sempre que chove um pouco mais forte, parte de São Januário ficou sem energia elétrica aos 29. O problema só foi resolvido depois de 15 minutos de paralisação. Apesar das orientações de Muricy à sua equipe, o Santos continuava sendo dominado e a zaga seguia permitindo que o Vasco atacasse como bem desejasse.
Aos 53 minutos, Fagner aproveitou a má fase de Léo, deu um drible da vaca no santista e rolou para a área. Felipe bateu de primeira e mandou para cima do gol, perdendo ótima chance. Aos 60, Diego Souza fez jogada individual, cortou para o meio e bateu rasteiro. Não pegou com força na bola e permitiu a tranquila intervenção de Rafael.
Aos 10 minutos, quase que Alecsandro faz um gol para entrar na história de São Januário. Após bola levantada da esquerda, Dedé escorou de cabeça, a defesa santista deu espaço e o atacante virou uma bicicleta plasticamente perfeita. A bola, caprichosa, saiu pouco à direita do ângulo direito de Rafael. O goleiro só ficou torcendo.
Apesar da atuação apagada de Neymar e Borges, muito bem marcados por Dedé e Anderson Martins, o Santos cresceu um pouco de produção na segunda etapa, principalmente no meio-campo. Elano foi quem mais se destacou. Aos 26, partiu dele a cobrança de falta pela direita, que parou na cabeça de Borges. O atacante testou firme, mas Prass pegou a queima-roupa, no meio do gol.
Outra boa chance só aos 43, novamente com cruzamento de Elano, mas desta vez para cabeceio de Neymar para fora.
FICHA TÉCNICA:
Vasco 2 x 0 Santos
Vasco – Fernando Prass; Fagner, Dedé, Anderson Martins e Jumar; Eduardo Costa (Diego Rosa), Rômulo, Felipe e Diego Souza; Alecsandro (Elton) e Eder Luis (Leandro). Técnico – Ricardo Gomes.
Santos – Rafael; Pará (Alan Kardec), Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Ibson, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Borges. Técnico – Muricy Ramalho.
Gols – Diego Souza, aos 2, e Dedé, aos 20 minutos do primeiro tempo.
Árbitro – Heber Roberto Lopes (Fifa-PR).
Cartões amarelos – Rômulo, Felipe, Diego Rosa, Léo, Neymar e Edu Dracena.
Renda – R$ 346.215,00. 14.528.
Público – 14.528 pagantes (17.118 total)
Local – Estádio de São Januário, no Rio.