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São Januário está liberado para 15 mil, por ordem da polícia carioca. 

O torcedor do Atlético que quiser acompanhar o time no jogo contra o Vasco, domingo, em São Januário, tem que estar atento, pois deverá ter dificuldades para comprar o ingresso para a "decisão", às 16h. A direção do Rubro-Negro está travando uma luta para tentar trazer os bilhetes para Curitiba e vendê-los para seus torcedores. O problema é que o clube carioca colocou apenas mil (do total de 15 mil) entradas à disposição da torcida do Furacão, ao preço de R$ 15,00. Mas para a torcida vascaína, o preço pode cair para R$ 2,00, desde que vá com a camisa do clube. Isto contraria o que está no regulamento geral do Brasileirão.

Os funcionários do Rubro-Negro estão encontrando problemas para conseguir a carga de ingressos. A diretoria do Vasco não estaria colaborando. A idéia é fazer com que os torcedores saiam, de Curitiba, com o ingresso na mão e não percam a viagem até o Rio de Janeiro.

Pela expectativa criada na cidade e pela euforia com a possibilidade de título, estão sendo esperados mais de dois mil torcedores atleticanos em São Januário. Mas o clube carioca só vai destinar mil bilhetes. A assessoria de imprensa do Vasco garantiu que a limitação se deve a um pedido do Grupo Especial de Policiamento em Estádios (Gepe).

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De qualquer forma, os torcedores já estão se mobilizando. A tática da torcida organizada Os Fanáticos é acionar uma pessoa para comprar os bilhetes no Rio e deixá-los reservados para a entidade. "Temos uma pessoa para comprar ingresso, mas vamos lutar para que todos que participem da nossa caravana possam entrar no estádio", diz Juliano Rodrigues, vice-presidente da Fanáticos. Ele prevê que cerca de 600 pessoas sigam nos ônibus somente da organizada. Além disso, há pacotes aéreos e terrestres sendo vendidos.

Já o torcedor do Vasco terá a entrada quase de graça para apoiar o time a se livrar do rebaixamento. Quem for com a camisa do clube, paga apenas R$ 2,00. São nove mil bilhetes de arquibancada e cinco mil de cadeiras sociais.

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Regulamento

Se o regulamento não prevê quanto por cento o clube tem que destinar ao visitante, ele proíbe promoções, a não ser que seja para meio ingresso e casos previstos em lei – estudantes e idosos, por exemplo. Veja o que diz o regulamento:

Art. 20 – Nenhum tipo de ingresso poderá ser inferior a R$ 15,00 (quinze reais) com exceção das meias entradas para estudantes (no valor de R$ 7,00) ou outras situações, conforme a legislação definir, e dos ingressos especiais para associados, limitados ao valor mínimo de R$ 7,00 (sete reais).

Parag 1.º – Não será permitida a realização de nenhum tipo de promoção relativa ao preço de ingressos, referente à redução do valor mínimo definido no caput deste artigo; Parag 2.º Na hipótese de infração ao estabelecido no caput desse artigo, o clube infrator responderá, perante o borderô da partida, pela complementação dos valores correspondentes às diferenças verificadas, independentemente das sanções oriundas de processo junto ao STJD.

Esquema de segurança no Rio já está garantido

Às vésperas da partida que pode lhe render o título do campeonato brasileiro, o Atlético se fecha num casulo e se isola para enfrentar o Vasco da Gama. No CT do Caju, o técnico Levir Culpi lança mão do mistério no primeiro coletivo da semana.

Enquanto isso, na Baixada, os dirigentes elaboram a programação para a "batalha" de São Januário. Ninguém confirma nada no clube, mas o confronto tem sido tratado nos bastidores como uma partida de alto risco e as medidas estão sendo tomadas para evitar qualquer problema extra-campo.

"Tenho mantido contato quase diários com a diretoria do Atlético e com a torcida e acho um exagero o que estão pensando que vai acontecer", aponta o major Marcelo, que comanda o Grupo Especializado em Policiamento de Estádios (Gepe). Segundo ele, a Polícia Militar carioca vai colocar cerca de 270 policiais no acompanhamento da partida. "Esse número é três vezes mais do que a gente usa num jogo desse porte", tranqüiliza.

De acordo com o policial, além do policiamento natural dentro e fora do estádio, a delegação rubro-negra ganhará escolta em todos os deslocamentos pelo Rio de Janeiro. Além disso, os torcedores que forem em caravanas para a Cidade Maravilhosa também receberão um tratamento especial. Todos os ônibus serão recepcionados ainda na Via Dutra (BR-116) e acompanhados até São Januário, bem como na volta à estrada.

A preocupação também chegou à CBF. O ouvidor da competição, Francisco Horta, afirmou ter recebido mais de três mil mensagens eletrônicas de torcedores rubro-negros pedindo garantias de segurança no estádio vascaíno. O dirigente da CBF se reuniu com a secretaria de segurança pública do Rio e garante que o clima é de tranqüilidade.

Mesmo com tudo isso, ninguém está descartando a possibilidade de Eurico Miranda aprontar das suas. A intenção do clube da Baixada é chegar ao estádio com os jogadores aquecidos (ou fazer aquecimento em campo) e já uniformizados, para evitar ao máximo a permanência em território vascaíno.

Levir quase certo com o Cruzeiro. Ou o Japão

Se o Atlético está prestes a conquistar o título do Campeonato Brasileiro, em compensação, não deverá contar com seu comandante na próxima temporada. Assediado pelo futebol japonês e pelo Cruzeiro, o técnico Levir Culpi prefere deixar essa definição mais para frente, mas dificilmente emplacará 2005 no CT do Caju. Em Minas Gerais, seu nome já é dado como certo na Toca da Raposa II.

"A única coisa oficial que surgiu até o momento foi uma coisa do Japão e ficou em aberto. Não tem nada definido. Então, isso é um foco apenas para depois do final do campeonato", disse o treinador à Tribuna, ontem à tarde. De acordo com ele, seu contrato vai até o final deste mês. "Essa situação deve ser definida depois disso, a não ser que aconteça algo muito diferente e especial nas próximas duas semanas", apontou.

Levir mantém a cautela devido ao momento que o Atlético vive na competição, mas o "algo especial" pode já estar sendo definido. "O primeiro objetivo é vencer, conquistar esse título e, depois, as consequências são todas boas. As portas se abrem para todo mundo", destacou.

As portas abertas, citada por Levir, devem ser as da Toca da Raposa II. Muito querido em Minas Gerais, ele é o mais cotado para assumir o Cruzeiro em 2005. O presidente do conselho deliberativo do clube mineiro, Zezé Perrela, garantiu a interlocutores que as conversas estão bastante adiantadas, para não dizer praticamente acertada.

Para ficar em Curitiba, os dirigentes atleticanos, que querem manter o treinador por mais uma temporada, acenam com a disputa da Copa Libertadores (que os mineiros não vão disputar), mas terão que se aproximar da proposta salarial da Raposa.

Vasco se previne para não repetir caso Coxa

Rio – Eurico Miranda entrou em contato com o comando do Grupamento Especial de Policiamento nos Estádios (Gepe), a fim de pedir reforço para o dia da partida. Cerca de 270 policiais militares vão atuar dentro e fora de São Januário . Além dessa medida, o Vasco já acertou a contratação de 100 seguranças particulares para evitar transtornos como os que ocorreram no Brasileiro de 2003, após um jogo contra o Coritiba, em São Januário. Na ocasião, integrantes de uma torcida organizada do Vasco invadiram o ônibus da delegação adversária e agrediram os atletas da equipe visitante.

Quem for ao estádio com a camisa do Vasco pagará apenas R$ 2,00 pelo ingresso de arquibancada. No total, 15 mil ingressos foram postos à venda: 9 mil são de arquibancada, 5 mil de cadeiras sociais e mil vão ser destinados ao Atlético-PR.