Para manter a Arena Carioca 1 em uso, a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) resolveu ceder sem cobrança de aluguel o espaço para Flamengo, Vasco e Botafogo mandarem jogos do NBB, o campeonato nacional masculino de basquete, no local.
A cessão gratuita de uma das arenas mais modernas do Brasil alivia – e muito – o caixa dos clubes do Rio. O aluguel de um ginásio com instalações semelhantes à Arena Carioca 1 custaria aproximadamente R$ 20 mil por dia. A única contrapartida exigida por parte da Aglo foi de que os clubes instalassem armários nos vestiários.
O empréstimo sem custos da Arena Carioca 1 é uma das maneiras encontradas pela Aglo, autarquia vinculada ao Ministério do Esporte responsável por administrar as instalações esportivas do Parque Olímpico da Barra, para não deixar que o local se transforme em um elefante branco, mesmo que isso tenha um alto custo aos cofres públicos. No ano passado, somente com água e energia elétrica, a União gastou mais de R$ 4,7 milhões com o Parque Olímpico. A Aglo também administra a Arena Carioca 2, o Velódromo e o Centro de Tênis.
“Eu não cobrei do Flamengo, não cobrei do Vasco, nem do Botafogo, nem de ninguém. Eles estavam com uma dificuldade financeira muito grande. Não é crível que eu tenha uma arena e não disponha. Minha função primordial não é arrecadar, é fomentar o esporte”, justifica Paulo Márcio Dias Mello, presidente da Aglo.
Desde novembro já foram realizadas sete partidas do NBB na Arena Carioca 1 e estão agendados mais 14 jogos até março. Além de usar o espaço nos dias dos eventos, as equipes podem realizar treinamentos no local.
Com ingressos entre R$ 10 e R$ 20 e sem a necessidade de pagar aluguel, os borderôs financeiros dos jogos realizados na Arena Carioca 1 mostram que os clubes têm lucrado com as partidas no Parque Olímpico da Barra. No clássico entre Flamengo e Vasco, disputado em 30 de dezembro, com mando do time da Gávea, por exemplo, a renda líquida com bilheteria, já descontados os impostos, foi de R$ 35,8 mil. Por exigência da Aglo, no entanto, uma parte dos ingressos é doada para torcedores de baixa renda.
(colaborou Marcio Dolzan)