Santos – O Santos não tem um timaço – e isso até as velhas pilastras da Vila Belmiro sabem. Porém, a regularidade, sobretudo nas últimas rodadas, levou a equipe de Vanderlei Luxemburgo ao bloco principal do Brasileiro e a colocou como candidata ao terceiro título, depois daqueles de 2002 e 2004. No entanto, na hora de dar o bote e tomar a liderança do São Paulo, o atual campeão paulista expôs suas limitações e se deixou surpreender pelo Vasco, na derrota por 2 a 0, ontem à tarde, com casa lotada.
Muitos dos 15.617 torcedores que aproveitaram a tarde de tempo bom para ir ao Urbano Caldeira saíram mais cedo, decepcionados com o tropeço que encerrou série de 21 jogos de seu time sem perder como mandante.
O ritmo do clássico foi truncado, com muitas faltas e amarelos para os dois lados.
O árbitro Giuliano Bozzano quase teve cãibras no braço direito de tanto erguê-lo para mostrar os cartões por jogadas ríspidas ou por reclamações.
O jogo era prato cheio para quem gosta de futebol medíocre e acha que marcação é o segredo do sucesso, a alma do negócio.
No gramado, um festival de passes errados e de sonolência dos goleiros, que só se mexiam para bater esporádicos tiros de meta.
Filme manjadoLuxemburgo percebeu que o marasmo daria o tom ao restante do jogo, se não fizesse alguma coisa. Por isso, aproveitou o intervalo para mexer no time. Voltou com Tabata e Anderson em substituição a André e Maldonado, respectivamente.
Renato Gaúcho, aos 13 minutos, precisou abrir mão de Ramon, contundido, e colocou Abedi. Foi o momento da virada na partida. No primeiro lance de que participou, Abedi fez 1 a 0, ao aproveitar escorregada da defesa e com chute rasteiro, no canto direito de Fábio Costa.
Depois disso, passou o filme mais manjado do futebol. O Santos tentou tirar a diferença, foi à frente e descuidou-se no meio-de-campo. Melhor para o Vasco, que definiu o placar em contragolpe: Vagner Diniz desceu pela direita, viu a brecha, entrou na área até ser atropelado por Kléber. Morais bateu o pênalti aos 33 minutos e fechou a conta.
