O remodelado estádio da Vila Capanema encheu o torcedor tricolor de esperança de que ali o Paraná havia montado o seu quartel-general e que seria imbatível. Entretanto, contra o Atlético essa idéia não vingou. O ?novo Durival Britto? foi reinaugurado em setembro de 2006 e, desde então, os donos da casa enfrentaram o Furacão apenas duas vezes, durante o Campeonato Paranaense deste ano. Nos dois confrontos, o Tricolor sequer marcou um gol no rival. Mas a soberania atleticana na histórica Vila não é recente. Na antiga, o Paraná também não conseguiu se firmar diante do Rubro-Negro. A única vitória paranista aconteceu em 2002, na segunda partida da decisão estadual. Nos outros seis confrontos, massacre atleticano com cinco vitórias e um empate.
Em campeonatos brasileiros, os dois times paranaenses duelaram apenas uma vez no Durival Britto. Foi em 13 de outubro de 1993 e o Atlético saiu vencedor, aplicando a segunda maior goleada já registrada nos clássicos: 4 a 0. Esse mesmo placar repetiu-se apenas no Brasileirão do ano passado, mas na Arena da Baixada.
Vantagem
Se o torcedor atleticano acredita em números, vale a pena comparecer à Vila Capanema neste sábado. Além da supremacia histórica, o Atlético vem embalado no Brasileirão e, em caso de vitória, pode alcançar a mesma pontuação que o rival. Somado a isso, também pesa a boa campanha que o Rubro-Negro está fazendo longe da Arena. Foram duas vitórias – contra Figueirense (6 a 3) e Palmeiras (2 a 0) – e um empate contra o Atlético Mineiro (1 a 1).
A rivalidade entre os dois clubes acirrou-se após o Atlético perder a vaga na semifinal do Estadual deste ano, em plena Arena, perdendo por 3 a 1. Sobre um eventual espírito de vingança para a partida de amanhã, o capitão Danilo descartou essa possibilidade. ?Vingança não existe. Mas queremos vencer já que eles estão na nossa frente no campeonato. E vencer dentro da casa deles tem um gosto especial?, explicou.
O zagueiro ressaltou que devido ao crescimento do Paraná, que tem feito boas campanhas, e como o Coritiba não disputa mais a mesma competição (Série A), o Tricolor passou a rivalizar com o Furacão, representando, atualmente, o clássico do Estado.
Inimigo no apito
O sorteio que definiu Héber Roberto Lopes como árbitro responsável pelo clássico desagradou profundamente ao Atlético. Em seu site oficial, o clube publicou uma carta chamada ?Alerta sobre a arbitragem de sábado?, na qual critica Héber – ?árbitro que teria um histórico de prejuízos ao Atlético Paranaense?-, a ?insensibilidade? da CBF na escolha e também relata uma ?manobra política para que a Arena não fosse indicada como possível sede para a Copa de 2014?.
Sobre Héber, o Atlético questiona: ?Quem não lembra dos jogos da semifinal do Campeonato Paranaense deste ano (o jogo da Arena), em que Héber minou o time atleticano durante os 90 minutos com faltas invertidas, pênaltis não marcados e a expulsão de um atleta rubro-negro ainda no primeiro tempo??.
O comunicado continua citando eventuais armações políticas contra o Rubro-Negro e termina assim: ?Fica aqui nosso alerta, temendo que ao final dos 90 minutos, o Atlético saia de campo prejudicado por alguém que pode ter sido influenciado por inimigos declarados do CAP?.
O árbitro Héber Lopes foi procurado pela reportagem para comentar sobre a carta atleticana, mas não foi possível manter contato, pois o celular dele encontrava-se desligado.
Retrospecto bom na ?nova Vila?
A primeira disputa aconteceu em 4 de março deste ano, quando o Atlético sapecou um sonoro 3 a 0 na 1.ª fase do Estadual. Um mês depois, ocorreu o outro confronto, valendo pela semifinal do campeonato (15 de abril). Neste jogo, mesmo atuando com um jogador a mais por mais de 65 minutos, e com o goleiro rubro-negro expulso no final do jogo, o Tricolor não conseguiu vencer.
O empate sem gols foi comemorado como uma vitória pelo Furacão, mas, na semana seguinte, veio o choro com a desclassificação do Estadual e, por coinciêndia, quem apitou este jogo na Arena foi Héber Roberto Lopes, sorteado pela CBF para conduzir o clássico de amanhã.