Vanderlei quer se aposentar e correr “sem pressão”

Uma das maiores celebridades dos Jogos Olímpicos de Atenas, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima considera-se satisfeito com sua carreira profissional e planeja para no fim do ano que vem, para competir apenas por diversão a partir de 2010.

Às voltas com uma lesão no púbis, que o tirou da Olimpíada de Pequim, Vanderlei tem contrato com o Pão de Açúcar até dezembro de 2009, quando terá 40 anos. "Depois disso, vou correr sem pressão, na prova que eu quiser", disse. "Vou fazer o que gosto do jeito que mais gosto, desfrutando do esporte de uma maneira mais tranqüila".

Vanderlei reconhece que a China era sua grande chance para voltar ao pódio olímpico, e sabe que disputar a maratona de Londres, em 2012, é apenas um sonho. "Minhas chances estavam em Pequim. Cada atleta tem um ciclo. Até pela idade você fica limitado. Este era o meu. Ir para a Olimpíada de Londres seria um desafio muito grande", reconheceu.

Bicampeão pan-americano (1999, em Winnipeg, e 2003, em Santo Domingo), o paranaense evita apontar culpados pela ausência na China. "Faltou sorte, não tem como culpar ninguém. Não sou mais menino, e por mais que me cuide, se eu abusar um pouco no treino já surge uma lesão".

Há seis semanas Vanderlei está sem poder fazer esforço físico por causa da contusão. "A Paula Radcliffe e o Stefano Baldini também se contundiram recentemente", comparou, referindo-se ao italiano atual campeão olímpico e à britânica recordista mundial da maratona.

O episódio que transformou Vanderlei em astro, quando o padre irlandês Cornelius Horan invadiu a pista quando ele liderava a maratona, parece ter amaldiçoado o atleta paranaense. Ele não completou nenhuma prova de 2004 a 2006. Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, terminou o percurso de táxi, após ter abandonado no quilômetro 38. O vencedor, o mineiro Franck Caldeira, ficou com uma das três vagas brasileiras na modalidade nos Jogos de Pequim. O brasiliense Marilson Gomes dos Santos e o piauiense José Teles completam a lista.

CHANCES

Por experiência própria, Vanderlei Cordeiro de Lima sabe dos perigos pelo qual Marilson vai passar em Pequim. Apontado como favorito, por ter vencido a maratona de Nova York em 2006, ele será marcado pelos rivais. "Marilson tornou-se muito conhecido, todos vão ficar de olho. Franck e Teles podem tirar proveito disso", apontou. "A maratona olímpica é muito boa porque é imprevisível. Depois da surpresa em Antenas, qualquer movimentação já é motivo para atenção."

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