O reservado ex-presidente Valmor Zimermann aceitou ter uma conversa com o Paraná Online na semana passada para fazer um balanço do período em que está ajudando o departamento de futebol do Atlético desde o final de maio deste ano. O dirigente também falou de Copa do Mundo. Eis os melhores momentos desse encontro.
Valmor, você ficou afastado do Atlético e voltou em 2010. Qual o motivo para essa reaproximação?
Valmor – Nunca deixei de acompanhar o Atlético e, sempre que necessário ou solicitado, auxiliei no que foi possível, seja com trabalho ou financeiramente, muitas vezes sem retorno e sem cobrança minha. Aliás, sempre paguei por todos os meus ingressos e camarotes, inclusive os que distribuí para amigos e visitantes.
Como foi essa reaproximação?
Valmor – Este ano houve um encontro de vários ex-dirigentes com o presidente, para vermos como poderíamos ajudar nesta gestão, que inaugurou um período de forte transição. E ele, por sua vez, tinha interesse que atuássemos no futebol.
Essa reaproximação foi interpretada como um retrocesso. Como o senhor analisa isso?
Valmor – Jamais fiz oposição nem pública nem particular. Só quem está à frente sabe que é muito difícil administrar um clube. Muito menos sozinho ou com oposição. Sobre questões políticas, acho que essas discussões deveriam ser deixadas para as eleições, que é o momento certo para isto. É importante que o Atlético esteja unido e forte sempre.
Mas o senhor participou de uma ação em 2008, o manifesto, que foi visto como oposição à diretoria...
Allan Costa Pinto |
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“Não voltei para ganhar nada que não seja a satisfação de auxiliar o crescimento do Atlético.” |
Valmor – O manifesto em 2008 foi de apoio à nova diretoria de futebol e ao Geninho, pedindo a união de todos os atleticanos para o time que poderia ser rebaixado. Reunimos mais de 2.000 assinaturas e apoios. Infelizmente houve uma interpretação equivocada, com alguns achando que as reuniões eram para formar chapas de oposição.
O senhor faz parte da atual diretoria e essa gestão prometeu investimentos em chuteiras. Como analisa o trabalho desenvolvido nesses quase dois anos de trabalho?
Valmor – Pelo que acompanhei e pelos relatos da diretoria, 2009 e parte de 2010 foram utilizados para sanear ou ajustar algumas áreas ao mercado atual. Mas o clube já está recomposto profissionalmente, com um grupo de funcionários e executivos bem fortes e comprometidos. Isso propicia que sejam forjadas novas lideranças para a continuidade do crescimento do Atlético em bases sólidas.
Mas e o futebol? O que a torcida pode esperar?
Valmor – Nós assumimos em meados de junho. Encontramos bons profissionais; fizemos alguns ajustes e já está bem melhor para trabalhar. Hoje o futebol profissional tem uma comissão técnica fixa completa, com olheiros, preparadores físicos, um departamento médico de primeira e um elenco bem variado, que aos poucos o Carpegiani vai ajeitando.
E contratações? Como funciona no Atlético?
Valmor – Todas as negociações são submetidas ao presidente, independente de quem seja o empresário ou o clube. Aliás, é importante ressaltar que nem eu nem o Ademir Adur voltamos para ganhar nada que não seja a satisfação de auxiliar o crescimento do Atlético.
<,br />A Arena vai ser mesmo sede da Copa de 2014. Quais benefícios ou prejuízos esse megaevento pode trazer para o clube?
Valmor – Não estou acompanhando a fundo, mas confio plenamente na administração do Enio (Fornea) que cuida das finanças e do patrimônio do clube, e dos presidentes Malucelli e Geara, e demais dirigentes e conselheiros. São pessoas qualificadas e que certamente fazem o melhor para o Atlético.