O assessor-jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Valed Perry, de 83 anos, vai entrar com ação por perdas e danos na Justiça Comum contra os seis auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que o puniram com suspensão de 120 dias ontem, acusando-o de ter cometido prevaricação. “No fim da vida, ter de ouvir o que foi dito contra mim é um insulto”, desabafou, para a Agência Estado.
De acordo com Perry, a decisão do STJD foi uma retaliação pessoal pelo fato de ter defendido na Câmara Federal e no Senado que magistrados e membros do Ministério Público não integrassem os tribunais esportivos.
“No STJD há dois desembargadores e um juiz e a represália vem daí.” O STJD aplicou a punição por considerar que Perry emitiu indevidamente parecer, no ano passado, com a susposta intenção de beneficiar o CSA. O clube de Alagoas requeria na Justiça Esportiva os pontos de uma partida contra o Vasco, pela Copa do Brasil, alegando que a equipe carioca escalara um atleta sem condições legais de jogo.
“Elaborei um parecer técnico, após longa consulta às leis esportivas. Esses senhores não têm a metade de minha experiência. Fui presidente da comissão que criou o Código Brasileiro Disciplinar de Futebol (CBDF) em 1962, documento pelo qual até hoje se guiam os tribunais esportivos. Mereço respeito.”
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