A maratona de 760 jogos em oito meses começa amanhã. O Campeonato Brasileiro se inicia com a primeira rodada da Série B – e a partida que marca o início da saga é Fortaleza x Guarani, às 19h15, no Castelão. Para o futebol paranaense, Londrina e Coritiba são os primeiros a entrar em campo no sábado; o Atlético estreia no domingo e o Paraná Clube marca seu retorno à elite na segunda-feira. A temporada 2018 tem novamente a expectativa de muito equilíbrio, de emoção à flor da pele até o apito final da última partida, no dia 2 de dezembro.
Atlético entra no Brasileirão com nova filosofia de trabalho
Após dez anos, Paraná Clube volta à elite e não quer sair dela
Coritiba entra na Série B com a obrigação do acesso
Londrina chega com chances de, enfim, terminar no G4
Dizer que o Brasileirão é o campeonato de elite mais difícil do mundo é uma frase-feita que se reafirma a cada ano. Isto porque mesmo com a concentração de recursos para Corinthians, Flamengo e Palmeiras, os três times não são exatamente primores de administração, e o resultado é que na era dos pontos corridos apenas o Timão é dominante, com quatro títulos (entre eles o do ano passado), mas com Cruzeiro e São Paulo logo em seguida com três. O Fluminense venceu duas vezes, e Flamengo, Palmeiras e Santos fecham a lista de campeões. Portanto, sete vencedores em 15 temporadas.
Se compararmos com as principais ligas europeias, o equilíbrio brasileiro fica mais evidente. Na Espanha, foram quatro campeões no mesmo período (Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid e Valencia). Na Itália, só três (Internazionale, Milan e Juventus). Na Inglaterra, cinco (Manchester United, Arsenal, Manchester City, Chelsea e Leicester City). E na Alemanha também cinco (Bayern, Borussia Dortmund, Wolfsburg, Stuttgart e Werder Bremen), mas com o time de Munique levando nove títulos.
A preocupação crescente dos clubes brasileiros com uma “espanholização” tem dois lados. O primeiro é o inevitável, pois com Flamengo e Corinthians recebendo cada vez mais dinheiro e com o Palmeiras tendo um saco sem fundo de patrocínio, essa situação pode realmente acontecer. Mas ao mesmo tempo o passivo de dívidas da maioria dos chamados “clubes grandes” vez por outra cobra o preço, obrigando potenciais favoritos a fechar torneiras de investimento. E isso levou Timão, Verdão, Vasco, Botafogo, Atlético-MG e Grêmio para a Série B recentemente.
Trabalhar com pés no chão é o segredo para Atlético e Paraná, mesmo que estejam em patamares diferentes. Mais estruturado, o Furacão chega para o Brasileirão projetando novamente a luta por uma vaga na Libertadores de 2019. Os resultados até agora permitem esse sonho, que depende mais da solidez do time de Fernando Diniz do que de possíveis problemas de bastidores. Com o acréscimo dos jogadores que conquistaram o título paranaense e com a enfim sequência de partidas, o Rubro-Negro quer se afirmar como protagonista do futebol brasileiro.
Já o Tricolor sabe que o primeiro passo nesta volta à elite do futebol brasileiro é se manter nela. A permanência na primeira divisão não é apenas um fator de status, mas principalmente uma necessidade para o caminho da estabilidade financeira. Por isso há muita seriedade na Vila Capanema, para que o time de Rogério Micale cumpra seu objetivo – e, depois, pense em surpreender.
A Série A também é objetivo para Londrina e Coritiba. O Tubarão começa a Segundona querendo manter o ritmo de subida na competição – foi sexto colocado em 2016 e quinto em 2017. Estar entre os quatro é uma obsessão da gestão do LEC, que aposta nesse ano em um elenco mais numeroso e experiente – Dirceu, Leandro Almeida, Germano, Dagoberto e Keirrison estão reunidos no grupo treinado por Marquinhos Santos.
Para o Coxa não há meio-termo: ou é o acesso ou é o fracasso de um projeto. Mesmo bombardeado por críticas, o presidente Samir Namur manteve o técnico Sandro Forner e a política do departamento de futebol. A aposta é em jogadores da base, atletas baratos e a tentativa de uma reestruturação administrativa. Dar tudo certo ao mesmo tempo é o plano alviverde, que entra na Série B como o principal time da competição.
Tem mais
Nas próximas semanas, terão início as Séries C e D. Na terceira divisão, o Operário é o único representante paranaense, e entra como favorito ao acesso para a segunda divisão. Na quarta, o Cianorte é o mais forte dos nossos times – sem fazer mudanças profundas no elenco, é candidato para subir. O Maringá também chega com força à competição, e o Prudentópolis terá que superar o péssimo início de ano, com rebaixamento no Campeonato Paranaense.