Os jovens jogadores do Coritiba estão tendo uma temporada de aprendizado e conhecimento da pressão que envolve uma equipe profissional. O líder da ?garotada?, o zagueiro Vágner, que foi o capitão do time júnior na Copa São Paulo da categoria, ganha nova oportunidade como titular no sábado, contra o São Caetano, e dá a mostra de como as revelações alviverdes precisam agir.
Confiante, ele acredita que o jogo decisivo será mais uma chance dele mostrar o porquê de sua ?moral? nas categorias de base.
O zagueiro já está confirmado na equipe, apesar de o técnico Antônio Lopes ainda não querer falar em escalação (ver matéria). Com Flávio suspenso, Vágner é a primeira opção – caminho que ficou mais facilitado com as ausências de Reginaldo Nascimento e Alexandre, os dois zagueiros preferidos do Delegado. “Isto já está definido, ele vai ser o titular”, avisa Lopes.
Ao falar com Vágner, apenas 21 anos, percebe-se uma extrema segurança – e um claro pensamento positivo. “Eu estou pronto para jogar. Estou me sentindo muito bem e tenho certeza que vou poder ajudar o Coritiba contra o São Caetano”, comenta. “Tenho que estar bem disposto e me preparando muito, porque cada partida será uma decisão, e esta primeira é mais ainda, porque vamos enfrentar um adversário direto”, completa.
Muitos esperavam que ele seria o primeiro zagueiro do time júnior alviverde a emplacar entre os profissionais. A liderança e a segurança dentro da campo, além de ser o líbero da equipe – e o Coxa jogava sempre com três zagueiros. Além disso, ele poderia jogar como volante. Mas Antônio Lopes mudou a filosofia tática do time, e Miranda acabou ?ultrapassando? o companheiro.
Mesmo assim, Vágner não se abateu. “Não é fácil ter esse espírito. Mas eu acredito muito, confio que algo melhor está sempre por vir, e você tem que estar sempre preparado. E você não fica fora da equipe por falta de qualidade, e sim porque há outros jogadores em momento melhor. Aí você tem que esperar sua oportunidade, e confiar sempre nas suas qualidades”, comenta o zagueiro.
E ele sabe que a disputa é complicada. Além dos lesionados, Vágner disputa com Miranda, Romeu, Juninho, Flávio e Allan – dois que voltaram ao Coxa. “São todos grandes jogadores, e cada um tem suas virtudes. Assim como eu tenho potencial para jogar no Coritiba e levar o nome do clube mais longe possível.”
Essa vontade extrema ele tira de sua trajetória. Formado nas categorias de base do Atlético-MG, o mineiro (de Betim) Rafael Vágner Dias Silva teve uma saída conturbada do Galo. “Aconteceram algumas coisas, a relação ficou muito desgastada e a acabei saindo sem dizer adeus”, confessa. A acolhida do Coritiba o faz ter uma relação profunda, mesmo estando há apenas dois anos no Alto da Glória. “A forma que eu fui recebido me faz ser grato. Sempre pensarei no Coritiba antes de fazer qualquer coisa na minha vida”, finaliza.
Lopes segura o time e esconde o jogo
O ritmo é o mesmo da semana passada. Evitando exigir demais dos titulares, apenas hoje o técnico Antônio Lopes começa a montar o Coritiba que enfrentará o São Caetano no sábado, no ABC paulista. Ele, por isso, não fala em possíveis alterações e na escalação em si, mas sabe-se que serão necessárias mudanças – e bem mais que as imaginadas logo após o final da partida contra o Palmeiras.
Além de Aristizábal e Flávio, já fora por suspensão, o Delegado não terá Tuta. Apesar de a decisão sobre a utilização (ou não) do centroavante ficar para amanhã, é muito difícil que ele enfrente o Azulão. “Uma lesão como a dele precisa de dez a catorze dias para a recuperação”, comenta o médico William Yousef. Tuta teve uma lesão no ligamento colateral medial, e passa por um trabalho intensivo. Para completar, Reginaldo Vital, que também será avaliado amanhã, também deve ficar de fora.
Estas seriam as mudanças de praxe: Vágner no lugar de Flávio, Alemão na vaga de Ari e André Nunes substituindo Tuta. Só que Lopes ainda não confirmou as alterações, à exceção de Vágner. Assim, outras formas não podem ser descartadas, como a utilização de cinco jogadores no meio-campo, com Capixaba mais à frente.
Além disso, há duas posições com disputa aberta. Na lateral-direita, a má atuação de Rafinha abre caminho para o retorno de Jucemar. “Eu entrei e fiz a minha parte. Mas quem decide é o Lopes”, desconversa. No meio, o treinador terá que decidir entre Ricardo e Cléber, ambos irregulares quando atuam como armadores – Alexandre Fávaro, que se recupera de dores no púbis, seria a outra opção.