Jogadores com capacidade para desempenhar mais de uma função em campo e de proporcionar ao treinador a possibilidade de mexer no sistema de jogo sem a necessidade de substituições. Essa característica, de um verdadeiro carrossel, é uma das novidades que o técnico Oswaldo Alvarez espera implementar no Atlético durante o decorrer do Brasileirão. Pode parecer um devaneio, já que torcedores atleticanos acreditam que muitos jogadores do elenco atual não conseguem sequer desempenhar bem a função para a qual foram contratados. Mas não é assim que pensa Vadão, treinador com experiência no assunto e responsável por, em 1992, idealizar o ?Carrossel Caipira? no Mogi Mirim (SP) – time que revelou jogadores de gabarito, como Válber e o pentacampeão Rivaldo. ?Foi no início da minha carreira como treinador e está completando 15 anos. O forte daquele time foi contar com jogadores versáteis que fizeram de um time comum uma equipe totalmente diferente?, explicou.
Na ótica de Vadão, o clube paranaense possui jogadores que têm qualidades e que podem ser ?improvisados? para desempenhar funções diferentes das usuais. Sem citar nomes, o treinador diz que a característica de polivalência desses atletas traz, para ele e todo time, uma facilitação tática. ?Nós podemos mudar o sistema de jogo sem alterar a equipe, sem gastar uma substituição?, conta.
A aplicação desse conceito começa a ser testada hoje contra o Atlético-MG. Como perdeu três jogadores importantes desde a última rodada contra o Santos, Vadão pode utilizar os tais jogadores polivalentes que participaram, inclusive, do último treino do Atlético em Curitiba. ?Com essa formação podemos atuar no 4-4-2; 3-5-2; 3-6-1 e 3-4-3. A gente varia sem precisa modificar. É uma grande vantagem porque não queima substituição no início da partida?, finalizou.
Furacão leva pequena vantagem
O confronto entre os homônimos é um dos mais equilibrados do futebol brasileiro. Contando os jogos válidos pela Copa do Brasil, Libertadores da América, Copa Sul-Minas e Brasileirão, as equipes se enfrentaram 29 vezes e o time paranaense leva pequena vantagem – venceu duas partidas a mais que seu rival.
Em Belo Horizonte, o Furacão tem costume de aprontar. A última derrota no terreiro do Galo aconteceu nas oitavas-de-final da Copa Libertadores, em 2000. Nos anos seguintes foram cinco confrontos com o mando de campo do Atlético Mineiro e nenhuma derrota. Em 2001 e 2002, empates por um e dois gols, respectivamente. Depois foram três vitórias rubro-negras por 2 a 1 (2003), 1 a 0 (2004) e 3 a 2 (2005). Então a torcida rubro-negra pode ter uma boa expecativa pra hoje.
Taí o inimigo
Zetti fará sua primeira apresentação no comando do Galo para a exigente torcida alvinegra. Na estréia do treinador, semana passada, o Atlético-MG empatou (0 x 0) com o Corinthians, em São Paulo. Para o jogo diante do Furacão, Zetti tem apenas uma dúvida. O meia Marcinho se recupera de uma forte gripe, mas treinou normalmente ontem. Caso não apresente condições de jogo, o substituto será o volante Germano.
A grande arma do Galo é o conjunto da equipe, que subiu da 2ª Divisão em 2006, e no primeiro semestre deste ano conquistou o título de campeão mineiro.
CAMPEONATO BRASILEIRO
1º turno – 4ª rodada
Súmula
Local: Mineirão (Belo Horizonte-MG)
Hora: 18h10
Árbitro: Domingos de Jesus Viana Filho (PA)
Assistentes: Marcio Gleidson Correia Dias (PA) e Fernando de Brito Miranda (PA)
Atlético-MG x Atlético
Atlético-MG
Diego; Coelho, Marcos, Lima e Thiago Feltri; Rafael Miranda, Bilu, Marcinho (Germano) e Danilinho; Éder Luis e Galvão. Técnico: Zetti.
Atlético
Viáfara; Jancarlos, Danilo, João leonardo e Nei; Erandir, Alan Bahia, Evandro e Edno (Netinho ou Tiago); Denis Marques e Alex Mineiro. Técnico: Vadão