Foto: Valquir Aureliano/O Estado |
Marcos Aurélio pode ser a novidade atleticana em Florianópolis. continua após a publicidade |
Chegou a hora da mudança. Parece slogan de campanha política, mas é o discurso que tomou conta do CT do Caju. Com o Atlético figurando na zona de rebaixamento do campeonato brasileiro, os jogadores dizem que é o momento de dar um basta na má fase e arrancar rumo à reabilitação.
Para isso, o Furacão precisa de um feito inédito no próximo domingo: vencer o Figueirense, em Florianópolis. Até hoje, o rubro-negro nunca ganhou dos catarinenses em brasileiros. Em 11 jogos oficiais, o time da Baixada conquistou apenas uma vitória, em 2002, pela extinta Copa Sul-Minas.
Para encarar o desafio, as mudanças vão começar na escalação do time. O Atlético pode entrar no campo do estádio Orlando Scarpelli com até seis novidades em relação à equipe que perdeu para o Grêmio, no último final de semana.
Expulso em Caxias do Sul, o atacante Dagoberto está fora da partida. Para seu lugar, o técnico Vadão tem ao menos duas opções. Marcos Aurélio treinou entre os titulares ontem, mas também não está descartada possibilidade de Ferreira atuar pelo setor. O colombiano atuou pela seleção de seu país na última quarta-feira e seu retorno era aguardado para a noite de ontem. Se for deslocado para o ataque, ele abre uma vaga para Fabrício no meio-de-campo.
O volante Marcelo Silva também deve ganhar uma nova chance, no lugar de Cristian. Na zaga, Danilo está de volta após cumprir suspensão, deixando Alex no banco de reservas. Também não está descartada a possibilidade de Michel fazer sua estréia na ala esquerda, substituindo Ivan.
Outra alteração pode ser confirmada na noite de hoje. O lateral-direito Jancarlos será julgado pelo cartão vermelho na partida contra o Corinthians, no último dia 5. Mas como responde por sua terceira expulsão no campeonato, dificilmente ele deve escapar de mais um ou dois jogos de suspensão. Nesse caso, André Rocha continuaria na lateral.
O mistério sobre a escalação vai ser mantido até a hora do jogo. ?Mexemos no meio-de-campo, nas laterais. Enfim, praticamente na equipe toda. Aqueles jogadores que estiverem com o espírito melhor para este momento são aqueles que vão jogar. Eles só saberão a equipe momentos antes do jogo?, avisa Vadão.
Mas o elenco atleticano está mais preocupado com outro tipo de mudança. ?Precisamos mudar nossa atitude. O Atlético é considerado um time de pegada, de garra e a gente perdeu um pouco disso aí. Determinação será a palavra fundamental?, afirma Fabrício.
Dagoberto pode deixar o Atlético sem pagar nada
Os procuradores e advogados de Dagoberto partiram para o contra-ataque na disputa jurídica entre o jogador e o Atlético. Alegando que a multa rescisória estabelecida no contrato de trabalho firmado entre o atacante e o Furacão estaria em desacordo com a Lei Pelé, a defesa do atleta pede a anulação da cláusula penal para transferência nacional. Ou seja, Dagoberto poderia se transferir para qualquer clube do Brasil sem o pagamento de qualquer indenização ao Atlético.
Esse pedido da defesa do atacante já foi apresentado ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na audiência do último dia 10. Porém, apenas ontem ele foi divulgado, através de e-mail enviado à redação da Tribuna por Naor Malaquias, sócio da empresa que gerencia a carreira de Dagoberto.
Segundo o advogado Fernando Barrionuevo, que representa o jogador, a multa rescisória estabelecida no contrato está acima do limite estabelecido por lei, que é de cem vezes o valor da remuneração anual do atleta. ?Na época da assinatura do contrato, o salário do Dagoberto era de R$ 10 mil, o que permitiria um teto máximo para a rescisão de R$ 13 milhões. Porém o valor especificado no contrato é de R$ 27 milhões?, diz Barrionuevo.
Para o advogado, outra saída que não a anulação da multa rescisória seria sua fixação ?no valor permitido pela lei na época do contrato?. Ou seja, R$ 13 milhões. Porém, nesse caso, Dagoberto estaria livre para deixar o Atlético pagando ao clube apenas R$ 2,6 milhões. Isso acontece porque a lei prevê que o valor da multa rescisória sofre redução de 80% do valor após o quarto ano de contrato.
Isso aconteceria no último dia 23 de julho. O problema, para Dagoberto, é que o Atlético conseguiu na Justiça a prorrogação do contrato até o dia 29 de março de 2008, ou mais 250 dias. O período se refere ao tempo em que o jogador ficou afastado dos gramados devido a uma cirurgia no joelho.
Dagoberto pleiteia a revogação dessa decisão, o que só pode acontecer após o dia 30, prazo dado ao Atlético para tomar conhecimento da defesa apresentada pelo atleta no último dia 10. Porém, o mais provável é que um parecer só seja apresentado pelo TRT no julgamento final do caso, marcado para o dia 20 de outubro.
A reportagem da Tribuna tentou o contato com o departamento jurídico do Atlético e com o advogado que representa o clube na ação.
As ligações não foram atendidas nem foi dado qualquer retorno.