Depois de anunciar a lista de convocadas da seleção brasileira feminina para o Mundial que será realizado entre 7 de junho e 7 de julho, na França, o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, fez questão de ressaltar nesta quinta-feira, na sede da CBF, no Rio, que a péssima sequência de nove derrotas consecutivas nos últimos nove jogos da equipe nacional não tira a sua confiança para a competição.
O treinador destacou que o “otimismo está na cabeça de cada um de nós, de cada uma das meninas” e garantiu que o Brasil tem uma “expectativa altamente positiva” para o torneio. E embora a sua equipe tenha sofrido várias críticas pela sua maneira de jogar nesta série de derrotas que sofreu, ele deixou claro que aposta nas individualidades para as brasileiras triunfarem em solo francês.
“Temos atletas de qualidade ímpar. Hoje se fala muito de plano tático, que é imprescindível. Temos atletas que podem resolver problemas com jogadas individuais, coisa que pouca gente tem, mas temos esse privilégio”, disse Vadão, em entrevista coletiva, na qual depois enfatizou: “Estamos otimistas de fazer uma grande campanha e buscar esse almejado título mundial. Saímos mais preparados. Os amistosos estão no passado, o presente é o que vale”.
Mesmo com o grande número de derrotas que acumulou à frente da seleção neste período final de preparação para o Mundial, Vadão também assegurou que tem o respaldo da CBF para continuar realizando o seu trabalho como técnico do time feminino do Brasil.
“A diretoria me passou essa confiança. Essa gestão da CBF está fazendo totalmente diferente das outras (da própria entidade): o Tite foi mantido no masculino, coisa que não acontecia, e eu fui mantido depois dos resultados negativos, tive a confiança do presidente (Rogério Caboclo)”, disse o comandante, que procurou valorizar todo o seu histórico desta sua segunda passagem como técnico da seleção feminina, iniciada em 2017 – a primeira ocorreu entre 2014 e 2016.
“É uma questão de confiança, tive um período negativo. Ganhamos torneios internacionais, o Pan-Americano. E tivemos vários jogos importantes que vencemos. Atravessamos um momento difícil, e a diretoria entendeu que o saldo era mais positivo (do que negativo). Tenho experiência para lidar com isso. A minha tranquilidade, que as jogadoras sentem, é a confiança que depositaram em mim”, completou.
MARTA – Já ao comentar sobre Marta, que voltou a ser eleita pela Fifa como a melhor jogadora do mundo na última edição da premiação da entidade, Vadão minimizou o fato de a estrela já estar com 33 anos e não possuir mais todo aquele vigor físico que ajudou a consagrá-la em outras ocasiões.
“Não tem idade tão avançada que não possa desequilibrar na Copa do Mundo. Mas tudo depende da equipe. Assisti no sábado ao jogo do Orlando (clube de Marta), que perdeu em casa, e as jogadoras da seleção não jogaram, treinando para a Copa do Mundo. Mas, mesmo assim, a Marta foi o grande destaque do Orlando, mesmo com dificuldade, todas as vezes que ela pegava na bola, criava uma situação interessante”, disse o treinador, que ao mesmo tempo enfatizou que a estrela não pode carregar sozinha em campo a responsabilidade de conduzir o Brasil ao sucesso no Mundial.
“A Marta ainda é a Marta, mas não podemos jogar tudo nas costas dela, para resolver. A equipe, estando bem, tem de ter uma estrutura que possa facilitar a Marta, para ela fazer tudo o que sabe, o poder de decisão que ela tem”, reforçou.
O Brasil fará a sua estreia no Mundial no dia 9 de junho, contra a Jamaica, em Grenoble, pela primeira rodada do Grupo C. Em seguida, no dia 13, a equipe nacional terá pela frente a Austrália, em Montpellier, antes de fechar a sua campanha na fase inicial contra a Itália, no dia 18, em Valenciennes.