Salvador – Aos 48 anos, o técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, está a seis jogos de concretizar o mais difícil e gratificante trabalho de sua carreira. Ele é o criador do carrossel caipira no Mogi Mirim, em 1993, comandante do Atlético-PR no seletivo para a Libertadores de 1999, seguido da boa campanha do Rubro-Negro na Libertadores de 2000 e campeão paranaense naquele ano. Considerado o descobridor do meia Kaká, astro do Milan, e o treinador que acreditou na recuperação do atacante Washington, artilheiro do atual Campeonato Brasileiro, Vadão sonha em colocar o Bahia de volta na Série A.
A equipe baiana se classificou para o quadrangular decisivo da Série B, após ficar com uma das duas vagas, juntamente com o Avaí-SC. Se ficar entre os dois primeiros, garantirá vaga na elite do futebol nacional. “Será a coroação de um trabalho que começou dia 15 de janeiro”, afirmou o técnico, paulista, nascido em Monte Brasil.
Ele lembra que pegou um time desmantelado, desacreditado e humilhado pela péssima campanha no Brasileiro de 2003. Após a derrota por 7 a 0, na Fonte Nova, para o Cruzeiro, todo o elenco foi mandado embora e ele precisou “subir” 14 jogadores dos juniores. “Usamos o Campeonato Baiano para armar a equipe. Os jogadores mais experientes foram chegando e a base foi sendo formada”, disse Vadão, que ficou com o vice-campeonato, perdendo para o rival Vitória. “A sorte é que a diretoria gosta de trabalhar com os jogadores de base.”
Para dar experiência ao grupo, foram trazidos jogadores “rodados” como Reginaldo “Cachorrão” – que trabalhou com Vadão no São Paulo – Robert, campeão brasileiro com o Santos em 2002 – e Elivélton, ex-São Paulo, Corinthians e muitos outros clubes. “Mas eles foram chegando aos poucos, o que dificultou ainda mais o nosso trabalho”, lembrou o treinador, que perdeu Elivélton após a terceira rodada.
Vadão fala com orgulho de ter lançado para o futebol nomes importantes como Rivaldo (Mogi Mirim), Kaká (São Paulo) e boa parte do time do Atlético-PR, que é um dos destaques do Campeonato Brasileiro. “Fizemos um trabalho de base no Atlético-PR, que revelou jogadores como Jádson e Fernandinho, e ainda levamos para lá o Washington e o Marinho (zagueiro). E o resultado vocês estão vendo agora.”
No Bahia, Vadão prevê sucesso no futuro para vários jogadores. “O goleiro Márcio passa por uma grande fase, a ponto de colocar o experiente e um dos líderes do grupo Emerson no banco”, afirmou. “O zagueiro Leonardo é forte na marcação e sabe usar a técnica, enquanto o Neto (volante) sabe fazer tudo no meio-de-campo. Marca, sai jogando, cobre os laterais… é muito bom.” O xodó do treinador parece ser o atacante Neto Potiguar. “É habilidoso e sabe fazer gols.”
O trabalho de Vadão, segundo ele próprio, é facilitado pela estrutura do Bahia. “O Fazendão (Centro de Treinamento) não deve nada aos CTs dos grandes clubes de São Paulo”, disse Vadão. O CT baiano possui três campos oficiais, refeitório, recintos distintos para profissionais e amadores. “Tive alguns convites para assumir clubes da Série A, mas, hoje, só penso em trazer o Bahia de volta à Série A.”
Fortaleza, Brasiliense, Bahia e Avaí, os finalistas
Rio –
Fortaleza e Brasiliense conquistaram, na última rodada da fase classificatória, as duas vagas do Grupo A para o quadrangular final da Série B do Campeonato Brasileiro, desbancando no saldo de gols o Ituano, que liderava até a última rodada da fase. O Fortaleza surpreendeu o time paulista, em Itu, vencendo por 2 a 0, com gols de Mazinho Lima e Juninho Cearense. Já o Brasiliense empatou com o Santa Cruz em 1 a 1. Fortaleza (em 1.º com saldo de um gol), Brasiliense (em 2.º com saldo zero) e Ituano (eliminado com saldo de menos um) terminaram com oito pontos.No Grupo B, o Bahia terminou em primeiro ao derrotar o Marília por 3 a 1. O time baiano foi beneficiado pela derrota do Avaí para o Náutico por 2 a 1. Bahia (13 pontos) e Avaí (10) se classificaram.
A primeira rodada do quadrangular final será no próximo fim de semana. O Brasiliense enfrenta o Bahia em Taguatinga e o Avaí recebe o Fortaleza, em Florianópolis.