Faltava a confirmação, faltava o anúncio que só poderia vir pelo lado do Atlético. E, após a divulgação no sítio oficial do clube, pode-se dizer com certeza que Oswaldo Alvarez chega amanhã para ser o técnico do Atlético – a terceira passagem dele pelo clube.
Vadão continua em Campinas, já fazendo planos para o futuro, e não deve perder a chance de ver hoje a sua nova equipe jogar contra o Vasco.
O treinador conversou com vários jornalistas ontem e, até o início da tarde, disse a todos que não poderia comentar o assunto. Ele só esperava o "OK" da direção rubro-negra para se apresentar e até mesmo para falar ainda no final de semana como novo técnico do Furacão. "Vamos tentar repetir os bons momentos que passamos no clube", afirmou. Ele trará ao menos um auxiliar técnico (Gersinho), e pode indicar também um preparador físico, pois na saída de Givanildo de Oliveira o Atlético ficou sem parte da comissão técnica.
Oswaldo Alvarez é um nome intimamente ligado à recuperação do Atlético nos últimos anos. Sua primeira passagem, entre 1999 e 2000, foi coroada de êxito. Ele conquistou o torneio seletivo para a Libertadores, o título estadual de 2000 e montou a base que, no ano seguinte, conquistou o campeonato brasileiro com Geninho no comando. Em 2003, Vadão voltou, mas não ficou muito tempo e acabou saindo durante o brasileiro. Por coincidência, após uma partida com o Vasco em São Januário.
Vadão esteve na Ponte Preta nos últimos anos – foram duas longas passagens entremeadas por uma temporada no Verdy Tokio, do Japão. Foi demitido após a goleada imposta pelo Paraná Clube (5×2 em pleno Moisés Lucarelli). Chega agora à Baixada com o apoio da crítica e da torcida e com a expectativa de tirar o Atlético da sua pior crise técnica em dez anos.
Cabra-da-peste
O demissionário Givanildo de Oliveira não ficou em cima do muro. Criticado por muitas vezes ter evitado entrevistas, o ex-técnico rubro-negro abriu o jogo e confirmou que o atacante Dagoberto foi o pivô de sua saída. Em entrevista à Rádio Paraná, no início da tarde de ontem, Giva abriu o jogo. "Tentaram forçar a reintegração do jogador e aí eu perderia o comando sobre o grupo. Já havia avisado: comigo, o Dagoberto não joga mais", disse.
A origem da crise ocorreu na semana de preparação para o jogo contra o Fortaleza (12/7). O jogador, revoltado com declarações do técnico – alegando que Dagoberto não estava "com a cabeça boa" para jogar, devido à briga com a diretoria em torno da renovação de seu contrato -, disparou contra Givanildo de Oliveira. "Pensei que ele era um cabra-da-peste, como se diz lá em cima. Mas, ele falou uma coisa para mim e outra para a imprensa."
No dia seguinte, Givanildo chamou outros integrantes do comando do futebol, Marcos Moura Teixeira e Luís Fernando Cordeiro, e frente a frente com o jogador exigiu retratação. "Ele se recusou. Não quis pedir desculpas e por isso o afastei", contou. Segundo Givanildo, na sexta-feira pela manhã, Marcos Moura o procurou, pedindo que "deixasse pra lá" e reintegrasse o atacante. "Minha reação foi imediata. Disse que estava fora. Se aceitasse, não teria mais comando sobre o elenco", finalizou Givanildo de Oliveira.
Em campo e à deriva, time tenta se firmar
Carlos Simon
Se o Atlético já enfrentaria o Vasco sob o olhar desconfiado de sua torcida, agora o desempenho do time vira uma completa incógnita. Em má fase e sem comando, o rubro-negro tenta juntar os casos para reabilitar-se no Brasileirão diante do time carioca, às 16h de hoje, em São Januário.
Depois de treinar uma nova formação durante toda a semana, o técnico Givanildo de Oliveira deixou a Baixada na tarde de sexta-feira, pouco antes do último coletivo apronto para o duelo de domingo. De surpresa, o auxiliar Nilson Borges e o preparador de goleiros Valdemar Privati foram designados para comandar o time em São Januário. A comissão interina fez apenas dois treinos recreativos – e por isso mesmo preferiu manter a escalação testada por Givanildo durante a semana.
Assim, cinco jogadores ganham chance de mostrar serviço. Carlos Alberto e Marcelo Silva substituem os titulares Jancarlos e Erandir, suspensos por cartões amarelos. Marcelo, 30 anos, que ficou no banco em quatro partidas, estréia com a camisa rubro-negra. "Vai faltar um pouco de ritmo de jogo", reconhece o jogador.
As outras mudanças foram opções de Givanildo mantidas pelos interinos – a começar pelo esquema tático, que volta a ser o 3-5-2. O zagueiro Alex, que não jogou depois da Copa do Mundo por lesão e suspensão, retoma lugar na equipe. Ele compõe o trio de zagueiros com João Leonardo e Danilo.
Na lateral-esquerda, Ivan ganhou a posição de Moreno. Mas as maiores alterações estão no ataque, setor mais criticado nos jogos pós-Copa. Pedro Oldoni e Neto Baiano foram barrados, e a nova dupla será formada por Denis Marques e o colombiano Ferreira, adiantado do meio-campo.
Vasco ainda luta contra o desânimo
Rio (AE) – O clima de abatimento e de frustração por causa da derrota no meio de semana para o Flamengo, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, pode ser o maior adversário do Vasco no confronto contra o Atlético, em São Januário.
O técnico Renato Gaúcho decidiu escalar a equipe principal e não vai poupar ninguém nesta tarde. Ele acredita que uma vitória sobre o time paranaense possa renovar o ânimo do Vasco para o segundo jogo com o Flamengo, quarta-feira, quando será conhecido o campeão da Copa do Brasil. "No meu time não tem titular absoluto. Correu, fez o que eu pedi, vai jogar. Não fez, está fora. No Vasco, é o jogador que se escala", disse Renato Gaúcho.
Ele vai aproveitar a partida de hoje para analisar se deve ou não promover mudanças para o jogo com o Flamengo. Segundo declarou, se notar que algum atleta não está se esforçando, não pensará duas vezes tirá-lo do time. O técnico não quis anunciar o time, mas deixou escapar que pode optar por Claudemir na lateral-direita, na vaga de Wagner Diniz, e por Ernane no ataque, no lugar de Valdiram.
Para o goleiro Cássio, o brasileiro "é uma outra competição e não tem nada que ver com a Copa do Brasil". Por isso, segundo ele, o Vasco vai se superar e conseguirá vencer o Atlético. "Jogando em casa, com apoio da torcida, temos de reagir", declarou.
CAMPEONATO BRASILEIRO
VASCO x ATLÉTICO
Vasco
Cássio; Wagner Diniz (Claudemir), Fábio Braz, Jorge Luiz e Diego; Andrade, Ives, Ramon e Morais; Valdiram (Ernane)e Edílson.
Técnico: Renato Gaúcho
Atlético
Cléber; Danilo, Alex e João Leonardo; Carlos Alberto, Alan Bahia, Marcelo Silva, Evandro e Ivan; Ferreira e Dênis Marques.
Técnico: Nilson Borges
Súmula
Local: São Januário (Rio de Janeiro-RJ)
Horário: 16h
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP)
Assistentes: Evandro Luís Silveira (SP) e Emerson Augusto de Carvalho (SP)