US Open tem decisão improvável entre Nishikori e Cilic

Desde a final do Aberto da Austrália de 2005, entre o russo Marat Safin e o australiano Lleyton Hewitt, os fãs do tênis não assistem a uma decisão de Grand Slam sem o suíço Roger Federer, o espanhol Rafael Nadal, o sérvio Novak Djokovic ou o escocês Andy Murray. Foram 38 decisões consecutivas com pelo menos um deles na quadra. O jogo entre o japonês Kei Nishikori e o croata Marin Cilic, às 18 horas (de Brasília) desta segunda-feira, não só põe fim à hegemonia do “Big Four” como também é a primeira vez em 12 anos que uma decisão de Grand Slam não conta com ao menos um Top 10 – a última vez que isso aconteceu foi em 2002, quando Albert Costa, então número 22 do mundo, bateu Juan Carlos Ferrero, 11.º colocado do ranking da ATP, na final espanhola de Roland Garros.

Cotado há alguns anos para ser uma das estrelas do circuito, Nishikori coroa a sua melhor temporada com a final do US Open, torneio em que deixou três Top 10 pelo caminho (Djokovic, o suíço Stan Wawrinka e o canadense Milos Raonic). O tenista japonês, o primeiro asiático em uma final de Grand Slam na história, ganhou dois títulos em 2014 (ATP 250 de Memphis e ATP 500 de Barcelona), além de bons resultados como a semifinal do Masters 1000 de Miami e a final do Masters 1000 de Madri, jogo em que dominou Nadal, mas abandonou a disputa por causa de uma lesão.

Para Cilic, que cumpriu suspensão de quatro meses em 2013 após testar positivo para o estimulante niquetamida, a vitória terá gosto de redenção. Número 37 do mundo no início do ano, o croata subiu rapidamente no ranking com os títulos dos ATP 250 de Delray Beach e de Zagreb, além da final do ATP 500 de Roterdã e das quartas de final de Wimbledon, em que chegou a ter 2 sets a 1 contra Djokovic.

Pior ranqueado a chegar à final do US Open desde o norte-americano Pete Sampras em 2002, Cilic passou por uma batalha de cinco sets contra o francês Gilles Simon antes de superar o checo Tomas Berdych e Federer com atuações impecáveis. Seu treinador, Goran Ivanisevic, é o único croata a ter ganho um título de Grand Slam – ele foi campeão de Wimbledon em 2001.

Além do prêmio de US$ 3 milhões (R$ 6,7 milhões), o vencedor desta segunda ganhará algumas posições no ranking. Se for campeão, Nishikori chegará ao quinto lugar, a melhor colocação de sua carreira. Se vencer, Cilic voltará à nona posição, igualando a melhor marca de sua vida.

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