Contratado como “uma solução inovadora para um mercado vicioso e inflacionado dentre treinadores no Brasil”, o técnico uruguaio Juan Ramon Carrasco se apresenta dia 4 de janeiro no CT do Caju tendo de encarar seu primeiro desafio no Atlético: sobreviver à alta rotatividade de comandantes, que há mais de 16 anos virou rotina no clube (veja quadro). A filosofia da “dança das cadeiras” foi implantada a partir de 1995, quando o atual presidente, Mário Celso Petraglia, assumiu o poder no Furacão e se propagou até a era Marcos Malucelli.
Somente em 2011, o Rubro-Negro teve seis treinadores diferentes. Se contabilizar desde 1995, foram 60 trocas de comando técnico, já contando com a chegada de Carrasco. Neste período, o Furacão teve 40 diferentes nomes de técnicos. Com tantas mudanças, o período de permanência de cada um deles no clube não é nada animador. A média é de quatro meses de trabalho ou 3,5 treinadores por temporada. A exceção foi em 1997 (Jair Pereira e Abel Braga) e em 1999 (Antônio Clemente e Vadão) quando houve apenas uma troca.
Os anos de 2005, 2006 e 2011 bateram o recorde de rotatividade. Cada temporada teve seis treinadores diferentes. Antônio Lopes e Leandro Niehues, como interino, figuraram por duas vezes neste período. O Delegado em 2005 e 2011 e Leandro em 2006 e este ano novamente.
A “dança das cadeiras”, que é mais comum acontecer em Campeonato Brasileiro, no Atlético começa já nos primeiros meses de temporada. Em 2010 e 2011, a mudança de comando técnico iniciou já no Campeonato Paranaense. Este ano, foram quatro nomes diferentes durante o Estadual. A temporada regional começou com Sérgio Soares, passou por Leandro Niehues, continuou com Geninho e fechou com Adílson Batista.
Nesta alta rotatividade, nomes se repetiram, como os de Mário Sérgio, Vadão, Paulo César Carpegiani, Leandro Niehues, Geninho e Antônio Lopes. Por sinal, o Delegado é o maior recordista da lista. Ele, que não conseguiu salvar o time do rebaixamento este ano, foi o que mais vezes trabalhou no CT do Caju. Desde 2000, quando assinou seu primeiro contrato com o Furacão, foram cinco passagens.