Um dia depois de Nicolás Leoz indicar que deixaria o cargo de presidente da Conmebol na próxima terça-feira, a entidade sul-americana confirmou nesta quarta-feira a renúncia do dirigente paraguaio. E já anunciou que seu substituto será, como determina o estatuto, o vice-presidente Francisco Figueredo, do Uruguai.
De acordo com nota emitida pela Conmebol nesta quarta, a entidade já enviou carta à Fifa para oficializar a renúncia de Nicolás Leoz anunciando que o cargo deixado por ele passa a ser ocupado pelo vice Eugenio Figueredo, que completará o mandato do paraguaio até maio de 2015.
Um dos dirigentes mais poderosos do futebol mundial nas últimas décadas, Nicolás Leoz havia anunciado na terça que estava saindo de cena. Alegando problemas de saúde, o dirigente paraguaio de 84 anos renunciou ao cargo que ocupava no Comitê Executivo da Fifa desde 1998 e deixou também suas funções na organização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Sua saída da Conmebol esperava-se que seria oficializada só na terça-feira que vem, quando acontecerá uma reunião no Paraguai com os presidentes das confederações nacionais da América do Sul. O cartola paraguaio, que comanda a entidade desde 1986 e estava em seu sexto mandato consecutivo, iria colocar seu cargo à disposição, conforme disse em entrevista coletiva na última terça.
“Encontro-me mentalmente muito bem. O problema é físico. As viagens já são um problema. Estou entrando em uma idade em que devo deixar um lugar para os mais jovens”, disse Leoz. Ele sofre com problemas cardíacos e já foi submetido a quatro cirurgias no coração, a última delas em novembro.
Ele resolveu renunciar na mesma semana em que existe a expectativa de a Fifa anunciar decisões decorrentes de uma investigação que apura o pagamento de propinas a cartolas no mundo do futebol. Leoz foi acusado por um tribunal criminal suíço, em 2008, de ter recebido pagamentos da empresa ISL, que foi parceira de marketing da Fifa – a agência declarou falência em 2011.
Leoz era um dos três representantes da América do Sul no Comitê Executivo da Fifa, ao lado do argentino Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol da Argentina (AFA), e do brasileiro Marco Polo del Nero, vice-presidente da CBF, que ocupou o lugar de Ricardo Teixeira no ano passado. Agora, a Conmebol deve indicar um substituto para o paraguaio nos próximos dias.