Um estudo da Federação Internacional do Desporto Universitário (FISU, na sigla em inglês) aponta que 48% dos medalhistas olímpicos também subiram ao pódio nas Universíadas. Ao que tudo indica, entretanto, será muito difícil que o Brasil atinja tal patamar em um futuro breve. Afinal, poucos dos 174 brasileiros que começam a disputa da Universíada de Gwangju (Coreia do Sul), nesta quinta-feira, são atletas de alto rendimento.
O quadro é muito diferente de dois anos atrás. Para Kazan (Rússia), a Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU) enviou 220 atletas. Na ginástica artística, por exemplo, a equipe tinha o já campeão olímpico Arthur Zanetti, além de Arthur Nory Mariano, Francisco Barretto e Lucas Bittencourt. Os quatro serão titulares nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. No judô, Ketleyn Quadros e Rochele Nunes foram campeãs. Renzo Agresta (esgrima) e quase toda a seleção brasileira de badminton também foram a Kazan.
Com a proximidade dos Jogos Pan-Americanos, a situação mudou para este ano. Dos 174 brasileiros que vão a Gwangju, mais de 100 são de esportes coletivos. As equipes convocadas, em sua maioria, são times já existentes, com um ou outro reforço, em detrimento à opção da montagem de uma seleção com os melhores universitários do País.
Nas modalidades individuais, poucos são os atletas com chances reais de estar nos Jogos do Rio. As delegações de atletismo e natação, juntas, têm nove competidores, apenas. Com destaque para Jonathan Silva, Kauan Kamal (ambos salto triplo), Henrique Martins (velocista) e Pedro Cardona (provas de nado peito).
A equipe masculina de ginástica artística segue forte, com cinco atletas que fazem parte da seleção brasileira, mas que não foram convocados para os Jogos Pan-Americanos: Fellipe Arakawa, Henrique Medina Flores, Hudson Miguel, Leonardo Souza e Renato Oliveira. Fellipe e Henrique cumpriram os 30 dias de suspensão pelas ‘brincadeiras’ racistas contra Ângelo Assumpção.
No tae kwon do, no tênis de mesa, no badminton e no judô, as equipes contam com atletas das seleções brasileiras, mas que não são os melhores do País em suas categorias/provas. É o caso de João Pedro Chaves e Maicon Siqueira (do tae kwon do), Danilo Toma, Katia Kawai (tênis de mesa), Leonardo Alkimin, Ana Paula Campos (badminton), Phelipe Pelim, Igor Pereira, Gustavo Assis, Gabriela Chibana, Eleudis Valentim, Flávia Gomes e Talita Morais (judô).
A Universíada começou nesta quinta-feira com as fases eliminatórias do futebol, do vôlei de praia e do polo aquático. A cerimônia de abertura é na sexta, com as disputas por medalhas tendo início no sábado. O evento segue até o dia 14, terça-feira, quando os Jogos Pan-Americanos já estarão em andamento.
BRASÍLIA-2019 – Diferente dos Jogos Olímpicos, a Universíada é disputada de dois em dois anos. A próxima edição será em 2017, em Taiwan. Já a edição de 2019 segue ser ter a sua sede definida.
Brasília havia sido eleita, sem concorrentes, mas no fim do ano passado o então governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou a desistência de receber o evento, que custaria cerca de R$ 1,2 bilhão ao País.
Desde então, o ministro do Esporte, George Hilton (PRB) tem procurado estados interessados em receber o evento. Goiás e Minas Gerais se colocaram à disposição, mas cobravam que o Governo Federal assumisse a maior parte dos custos. Queriam audiência com a presidente Dilma Rousseff, mas não foram atendidos.
Assim, o Brasil não cumpriu com o combinado com a FISU, que era apresentar uma proposta alternativa durante o Comitê Executivo da entidade, que ocorreu entre terça e quarta-feira, em Gwangju. A FISU, em seu site oficial, não informou se reabrirá o processo de escolha para uma nova sede de 2019.