Unidos em diversas medidas tomadas nos últimos tempos, como a saída da Primeira Liga, mais recentemente, a dupla Atletiba ficará unida na polêmica envolvendo o cancelamento do primeiro clássico de 2017. A briga com a Federação Paranaense de Futebol (FPF), então, parece estar longe de ter um fim. Atlético e Coritiba, no entanto, estão mais unidos a partir de agora para, juntos, tentarem escrever um novo capítulo na história do futebol paranaense. A importância da entidade para os clubes foi colocada em xeque e, assim, as medidas tomadas a partir de agora pela dupla Atletiba serão feitas em conjunto – e é claro que o primeiro passo é tentar tirar o poder da Federação e de seu presidente Hélio Cury.

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“Sigam o exemplo de Atlético e Coritiba”, diz o presidente do Atlético Luiz Sallim Emed.

“Será feito em conjunto entre as assessorias jurídicas de Atlético e Coritiba porque foi uma decisão em conjunto. Toda a argumentação jurídica, a estratégia jurídica, será em conjunto. Ainda não dá para falar nada disso. Temos que esperar um pouco. Não é tão simples assim e os jurídicos dos dois times estão discutindo as situações. Vamos esperar o parecer deles de como proceder”, explicou o presidente atleticano, Luiz Sallim Emed, em entrevista à Tribuna.

Juntos, Atlético e Coritiba foram pioneiros em transmitir um jogo via internet e de forma gratuita. Junta, a dupla Atletiba peitou a FPF e Hélio Cury. Deu um exemplo para o futebol brasileiro, sobretudo dos rumos que deverão ser tomados daqui em diante. A rivalidade existe entre as torcidas e dentro de campo, mas a união nos bastidores é necessária para o fortalecimento do futebol paranaense como um todo.

“A união é salutar para o futebol paranaense e para o futebol brasileiro”, diz o vice coxa José Fernando Macedo.

“Acredito que dentro dos respeitos mútuos, eu tenho a minha paixão clubística, cada um tem a sua. E não se pode deixar de usar o bom senso em todas as atitudes que tomamos. Acho que a união é salutar para o futebol paranaense, para o futebol brasileiro. O que move o mundo são as pessoas e que estão unidas em prol do bem comum que é o torcedor, a população que gosta de futebol e os próprios clubes. Desavenças você pode ter, paixão clubística também, mas nada que afaste o bom senso e o respeito mútuo entre os clubes”, cravou o vice-presidente coxa José Fernando Macedo.

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Luiz Sallim Emed, ainda no gramado da Arena tão logo o jogo foi cancelado pela arbitragem, ressaltou o direito dos clubes de discordar de posicionamentos das federações. Para ele, a atitude da dupla Atletiba terá que ser levada como exemplo para outros clubes do Brasil. “Essa iniciativa pioneira e ousada vai servir para o resto da vida e dos tempos. Atlético e Coritiba unidos começaram um processo silencioso de dizer não. Temos o direito de dizer não. Fica um alerta para os demais presidentes. Sigam o exemplo de Atlético e Coritiba. Vamos dizer não. É uma palavra simples, mas muitas vezes é isso que tem que se fazer. Temos que romper com essas coisas”, encerrou o cartola rubro-negro.

Críticas

Alguns clubes do interior e que estão disputando o Campeonato Paranaense se manifestaram sobre o assunto – e contra a dupla Atletiba. O Cascavel e o Foz do Iguaçu, que fazem campanhas ruins na disputa do Estadual, se posicionaram a favor e da FPF. Os clubes acreditam que as regras de credenciamento precisam valer para todas. E que a entidade agiu de forma correta ao não autorizar o início da partida. “Coritiba e Atlético estão sendo uns ‘Judas’ contra os outros dez times do campeonato”, atacou o presidente do Foz, Arif Osman.

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Apesar da união da dupla Atletiba, também falta bom senso aos dois principais clubes do Estado. Na Primeira Liga e no Brasileirão eles exigem uma divisão igualitária das cotas de televisão com as demais equipes. Mas no Campeonato Paranaense, apesar de ser uma competição deficitária e cheia de problemas, ambos querem receber bem mais do que todos os demais clubes. Até por isso alguns times do interior do Estado já posicionaram favoráveis à FPF. Essa discussão está longe ainda de ter um fim.