O futebol do Paraná vai de mal a pior, e faz tempo. Graças às irregularidades produzidas pela própria Federação e também pela omissão constante dos clubes e das ligas. Pelo volume das dívidas não há quem salve a FPF. Tanto é verdade que o prédio da entidade e o Pinheirão estão penhorados e o estádio já foi para leilão. Falou-se em interventor, mero paliativo.
Caso haja vontade dos dirigentes, ligas e das autoridades, a solução está em aplicar o que a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) em seu artigo 20 oferece: ?as entidades de prática desportiva participantes de competições do sistema nacional do desporto poderão organizar ligas regionais ou nacionais?.
Perguntamos: Vale a pena continuar assistindo aos desmandos dos dirigentes federacionistas, com os clubes filiados sendo passados para trás?
Qual clube recebeu as verbas da televisão, pagas à FPF? Onde está parte do dinheiro das transmissões da FPFTV que os clubes têm direito? Qual o valor total das dívidas trabalhistas e quantas penhoras e leilões serão realizados?
Por que os clubes que não pagam taxas de arbitragens e mesmo punidos pelo TJD, com multas que variam de R$1 mil a R$10 mil, e suspensão, continuam disputando as competições, sem qualquer providência da federação? Irregularidades na Taça Paraná, Copa Paraná, Sub-20 e no futebol feminino são registradas sem qualquer solução.
Enfim, mesmo tendo uma boa arrecadação, a FPF não tem solução. Novas denúncias, prisões, bruxos, registros irregulares de atletas se repetirão, pois a estrutura da entidade está corroída pela corrupção. Ética, moral, vergonha têm passado longe da FPF nos últimos tempos.
O recente trabalho feito pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos – Nurce, merece elogios e pode ajudar no saneamento da entidade, mas a criação de uma liga estadual ou mesmo uma Federação de Futebol do Paraná, dentro do que determina a lei, é o santo remédio, será bom para todos, inclusive para a CBF que é credora da FPF e evita qualquer tipo de relacionamento com a Paranaense.
Grandes clubes, médios ou pequenos e as ligas, devem usar a lei criando uma nova entidade, sepultando, definitivamente, uma entidade que nos seus últimos 22 anos foi usada para as grandes maracutaias do futebol brasileiro.
Osires Nadal, advogado, radialista e ex-presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Paraná – Acep.