São Paulo (AE) – O Palmeiras vai demorar pelo menos mais um mês para estar com o fôlego em ponto de bala. Até o início de março, o preparador físico Moraci Sant’Anna espera dar ao elenco equilíbrio suficiente para suportar o primeiro semestre, que se supõe intenso. Além da participação no campeonato paulista, o time conta com a perspectiva de superar a preliminar da Copa Libertadores da América e disputar, na pior das hipóteses, a primeira fase de classificação do torneio.
"No fim do mês, faremos uma grande reavaliação", diz Moraci, que iniciou carreira justamente no Palmeiras, 30 anos atrás, e que foi contratado no início de 2005 como um dos pontos de referência de reestruturação da comissão técnica. "Então, será possível ter uma idéia clara da condição de cada jogador."
Moraci fez uma programação que compreende período de três meses e previu a disputa de no máximo 22 partidas, sem folgas semanais. Carga forte para um grupo que não teve mais de uma semana de pré-temporada. "Se nos mantivermos no paulista e na Libertadores, serão sempre dois jogos por semana", especifica. "Claro que não dá para ter a condição física ideal."
Para não correr risco de perder atletas, por acúmulo de compromissos, Moraci sugeriu – e o técnico Estevam Soares aceitou – uma espécie de rodízio. Pelo menos até que consiga atingir nível de preparação física praticamente igual para todos. A estratégia, até agora, tem sido a de tirar alguns jogadores da equipe, depois de uma ou duas partidas, e dar-lhes carga diferente de exercícios. "Assim, a gente não quebra a espinha dorsal do time, mas também não desgasta só aqueles que eventualmente serão titulares ao longo da temporada."
Esse programa justifica, em boa parte, mudanças que Estevam fez nas quatro primeiras partidas do paulistão e também na opção pelo time que entrou em campo na quarta-feira contra o Tacuary, em Assunção. "Os testes do fim de fevereiro serão determinantes", diz Moraci. "A partir deles, poderei me concentrar apenas naqueles que estiverem aquém do que planejamos."
Para não quebrar a seqüência do trabalho, ele nem vai a Hong Kong, para o amistoso da seleção brasileira no dia 9. Em seu lugar, viaja Paulo Paixão. "Desse jeito, eu também posso ficar com o foco só no Palmeiras, porque na quarta jogamos com o Tacuary de novo e no outro fim de semana, novamente, partida pelo estadual", enumera Moraci.
O que conta a favor de seu trabalho é a composição do elenco. Como a maioria é de jogadores muito jovens, que buscam afirmação, fica mais fácil ser atendido. "Os mais novos seguem à risca, porque têm desejo de aprimorar-se e também porque confiam", revela.