Um mandato que não termina

Uma complicada rede de influências costurada com pequenas instituições esportivas permitiu que Onaireves Moura se mantivesse por mais de 22 anos à frente da Federação Paranaense de Futebol.

Têm direito a voto na FPF os clubes profissionais em atividade, os amadores de Curitiba (das duas divisões da Suburbana e os que disputam apenas competições de categorias de base) e as cerca de 90 ligas amadoras do interior. Todos têm peso igual na eleição, o que dá ao trio de ferro curitibano o mesmo poder que o Astral, o Combate Barreirinha e a Liga de Morretes.

Assim, Moura construiu seus ?feudos?, como definiu o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia. Muitos destes clubes e ligas, porém, não respeitam os pré-requisitos mínimos para se adequarem à eleição, como constituição de patrimônio próprio e realização de torneios amadores. Os principais clubes, com interesses ligados a Moura ou simplesmente inertes para articular uma oposição firme, assistem passivos ao reinado de Moura. O Atlético é uma das raras exceções. ?Se fossem observadas rigorosamente todas as exigências estatutárias, mais da metade dos clubes e ligas não poderiam votar e Moura perderia a eleição?, afirma o advogado e presidente do Nacional do Boqueirão, José Francisco Cunico Bach, tradicional opositor do presidente da FPF.

O sistema eleitoral da FPF, feito sob medida para manter um presidente no poder, não é seguido pelas outras federações do Sul do Brasil. Em Santa Catarina, só podem votar os clubes profissionais e as ligas que promoveram torneios oficiais no ano anterior à eleição. Como normalmente um máximo de 20 ligas se enquadram nesta condição, os 22 clubes da 1.ª e 2.ª divisões profissionais detêm o poder. No Rio Grande do Sul, os clubes amadores também podem participam do pleito, mas eles, assim como as ligas, têm peso menos que os clubes profissionais.

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