Foto: Walter Alves |
Clássico foi muito truncado e acabou ficando no empate. |
No confronto de opostos, acabou se confirmando uma das mais antigas máximas. Desde sempre, diz-se que os opostos se atraem. E não há nada mais próximo no futebol que o empate – e foi o que aconteceu ontem, no Couto Pereira.
Em um clássico de poucas emoções, Coritiba (que nada escondeu) e Paraná Clube (que escondeu tudo) ficaram no 1×1, permancendo em posições intermediárias na tabela do campeonato brasileiro. Pior para o Coritiba, que segue próximo da zona de rebaixamento.
Então, que sejam lembrados os gols, que foram os principais (quase únicos) bons momentos da partida. E eles foram separados por apenas seis minutos. Aos 12 do segundo tempo, Luís Mário passou com precisão para Tuta. O centroavante sofreu pênalti de Carlinhos, cobrou e voltou a marcar depois de dois meses de jejum. E aos 18, Axel dominou com estilo, preparou o chute e mandou um tirambaço de fora da área, acertando o ângulo superior direito do gol de Fernando. Um golaço.
Gol que não explica o que foi a partida. O que mais aconteceu no Alto da Glória foram faltas, passes errados e excesso de marcação. O Paraná entrou em campo preocupado em segurar o Coritiba, que não soube se desvencilhar do “ferrolho?? tricolor. Além disso, algumas individualidades não apareceram: no lado alviverde, Adriano teve uma atuação abaixo do normal; pelos paranistas, Galvão sucumbiu ante a correta marcação de Miranda.
O jogo teve, no primeiro tempo, uma estrela maior – o árbitro Héber Roberto Lopes, que teve trabalho para conter jogadores que pensaram muitas vezes mais em fazer faltas do que em jogar. Alguns lances chegaram a assustar: a falta de Miranda em Galvão, o carrinho de Capixaba em Beto, a infração de Edinho sobre Rafinha, o “rodo” de Gilmar sobre Roberto Brum. E, fruto dessa agressividade, Gilmar e Capixaba acabaram expulsos – o volante paranista, pela falta; o meia coxa, pela reclamação.
E mesmo com dez jogadores de cada lado o jogo não mudou. De parte a parte, os rivais acabaram se igualando pela fraqueza técnica e pelas falhas individuais. Após sofrer o gol, o técnico paranista Paulo Campos resolveu colocar o time no ataque, sem no entanto que isso fosse efetivo – tanto que o gol foi de Axel. De outro lado, o Coritiba continuava demonstrando problemas claros no setor de meio-campo, onde Ricardo não conseguiu ser o armador que Antônio Lopes esperava.
O Coxa bem que tentou pressionar, principalmente com Luís Mário, que acertou a trave de Flávio em cobrança de falta. Mas era muito pouco para conseguir furar o bloqueio do Paraná, que conseguiu o seu terceiro empate jogando fora de casa. Falando em empate, os alviverdes também contabilizam igualdades – foi a sexta no campeonato brasileiro. Por sinal, o Tricolor também empatou seis vezes na competição. Com tantos empates, era óbvio que Coritiba e Paraná acabassem no 1×1.
Tristeza coxa, alento tricolor
De um lado, os frustrados. De outro, os até satisfeitos. Eram as posições dominantes entre coxas-brancas e paranistas após o empate de ontem. Do lado do Coritiba, era a tristeza por mais dois pontos perdidos dentro do Couto Pereira. E, para o Paraná Clube, era um paliativo após a tensa semana, que começou com a possibilidade de demissão do técnico Paulo Campos.
O treinador paranista acabou desabafando. “Todos vocês sabem que esta semana foi complicada, e alguns dirigentes queriam que eu saísse, e que jogadores fossem dispensados. Mas uma pessoa inteligente, que é o presidente (José Carlos de Miranda), que me deu apoio. E não só a mim, pois ele acabou ajudando esse grupo. O Miranda foi fundamental nesse resultado”, comentou Campos, que também agradeceu à torcida que esteve no Alto da Glória. “Eles foram decisivos, apoiando sempre, mesmo depois do gol do Tuta”.
Já Antônio Lopes não conseguia esconder a frustração. “Nós consideramos esse resultado uma derrota. Com toda a vantagem, jogando em casa e tendo o domínio da partida, nós não fizemos o que era a nossa obrigação: vencer o jogo”, reclamou. O Coritiba já perdeu dez pontos jogando em casa neste brasileiro (dois empates e duas derrotas). “Isso não pode acontecer. É um fato que me preocupa muito”, afirmou o delegado. O goleiro Fernando resumiu a irritação coxa. “Foi horrível. Temos que melhorar muito”, atirou.
CAMPEONATO BRASILEIRO
CORITIBA 1×1 PARANÁ CLUBE
Coritiba
Fernando, Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Ataliba (Alexandre Fávaro), Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba e Ricardo (Rodrigo Batata); Luís Mário e Tuta. Técnico: Antônio Lopes.
Paraná Clube
Flávio, Cláudio, Carlinhos, Gelson Baresi e Edinho; Axel, Gilmar, Beto e Alexandre (Wellington Paulista); Adriano (Chokito) e Galvão (Wesley). Técnico: Paulo Campos
Súmula
Local: Alto da Glória
Gols: Tuta, a 12? e Axel, a 19? do segundo tempo.
Expulsões: Luiz Carlos Capixaba e Gilmar.
Árbitro: Edílson Soares da Silva (RJ)
Assistentes: Ednei Guerreiro Mascarenhas (RJ) e Elson Passos Sena Filho (RJ)