Após a notícia da morte de Diego Armando Maradona, Pelé afirmou nesta quarta (25). “Noticia triste, perder amigos dessa maneira. Que Deus dê bastante força para a família. Com certeza um dia vamos bater uma bola juntos lá no céu”.
Desde o final da década de 1970, quando Diego surgiu como fenômeno argentino, a trajetória dos dois se cruzam. No início, de maneira harmoniosa. A partir do início deste século, com conflitos.
A disputa se tornou intensa quando a Fifa elegeu o melhor jogador do século 20, em dezembro de 2000. O brasileiro venceu entre os especialistas escolhidos pela entidade. No voto popular, pela internet, o argentino ficou em primeiro. Ao receber o seu prêmio, Pelé convidou o rival para subir ao palco, mas ele havia ido embora, revoltado.
“Não poderia ter jogado ao lado de Pelé porque não teria gostado de ter um mau companheiro. Somos a água e o azeite. Quando se diz de um jogador que ele se entrega aos dirigentes, não me agrada. E a carreira dele foi assim”, disse Maradona em 2001.
Alguns anos antes, o discurso do argentino era diferente. “Pelé deve substituir [João] Havelange na [presidência da] Fifa, isso me encantaria. Sabe mais de futebol, defenderia os jogadores com a criação de sindicato e é um homem que respira futebol, não um jogador de polo aquático”, afirmou em 1995.
Pelé também já teve idas e vindas em opiniões sobre Diego. Criticou o desempenho do argentino na Copa de 1982, o fato de ele ter sido pego no doping com cocaína e passou anos dizendo que não poderia ser comparado ao rival, porque Maradona não sabia chutar com a perna direita e não fazia gols de cabeça.
Mas em entrevista à Folha de S.Paulo em 2018, disse que o campeão mundial de 1986 foi “bem melhor” que Lionel Messi.
O brasileiro foi o primeiro convidado do programa La Noche del Diez (A noite do dez, em espanhol), apresentado por Diego na TV argentina, em 2005. Os dois trocaram elogios, e Pelé cantou uma música que falava sobre como ele queria ser Maradona e vice-versa.
“Nossa relação está excelente. Não poderia ser melhor”, afirmou Pelé na mesma entrevista de 2018.
Em dezembro de 2017, em Moscou, antes do sorteio dos grupos da Copa do Mundo do ano seguinte, Maradona deu um beijo na cabeça de Pelé, que estava em uma cadeira de rodas devido a problemas físicos.
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